Craque o Flamengo faz em casa, porém, mais de 80% dos gols marcados pelo clube a cada temporada são de jogadores de fora. O blog levantou, ano a ano, o impacto do número de gols marcados por pratas da casa no clube rubro-negro. Dos 136 gols em 2017, por exemplo, 18,4% foram de crias das divisões de base do time. É a melhor colaboração na década. No entanto, muito aquém, por exemplo, de 2010 — a última vez que a participação passou de 20%. Um dos maiores celeiros do mundo, o Barcelona fechou a temporada de 2016/2017 com 171 gols. Do total, 71 foram de atletas das canteras de La Masia, o equivalente a 43,2%. Vale ponderar que o “monstro” Lionel Messi sozinho anotou 54.
Certo por linhas tortas, o Flamengo terminou a temporada de 2017 com dois pratas da casa entre os titulares: o meia-atacante Lucas Paquetá e o centroavante Felipe Vizeu. Ambos foram responsáveis por 15 dos 25 gols marcados por pratas da casa na temporada. Ainda assim, a produtividade é baixa em relação a 2010. Naquele ano, o índice bateu em 28,8% graças, principalmente, ao desempenho individual de Adriano.
No ano passado, foram nove gols de Felipe Vizeu, seis de Lucas Paquetá, quatro de Vinícius Junior, três de Juan e outros três de Matheus Sávio. Dois fatores ajudaram na reta final: a suspensão do centroavante Paolo Guerrero abriu espaço para Felipe Vizeu no comando de ataque e as contusões de Berrío e de Éverton deram brecha a Lucas Paquetá.
Antes de 2017, o melhor desempenho na década havia sido registrado na temporada de 2012. Dos 89 gols do Flamengo naquele ano, 14, ou 15,7%, foram de meninos da Gávea. Na lista levantada pelo blog estão cinco bolas na rede de Luiz Antônio, três de Adryan, duas de Negueba, e uma de Camacho, Ibson, Nixon e Welinton.
Em terceiro lugar no ranking aparece a temporada de 2014. Dos 102 gols, 15 foram assinados por jogadores revelados no clube. Oito de Nixon, dois de Negueba, dois de Samir, dois de Welinton e um de Luiz Antônio — 14,7% do total na temporada.
A última vez que o número de gols de jogadores da base passou de 20% foi em 2010. Adriano ainda fazia parte do elenco. Dos 104 gols no ano, 15 foram do Imperador, que deixou o clube no meio do ano para defender a Roma. Diego Maurício marcou cinco, Bruno Mezenga quatro, Vinícius Pacheco outros quatro, Paulo Sérgio um e Welinton outro.
A prova de que o Flamengo carece de um novo “Adriano” formado em casa, capaz de alavancar o número de gols marcados por pratas da casa, é a quantidade de centroavantes trazidos de fora para o clube. De 2011 para cá, o clube apostou em Vágner Love, Deivid, Hernane, Guerrero, Marcelo Moreno, Leandro Damião…
Quem sabe o novo matador da casa apareça na peneira desta noite do técnico Paulo César Carpegiani contra o Volta Redonda, na abertura do Campeonato Carioca.
Atualização: O Flamengo derrotou o Volta Redonda nesta quarta-feira na abertura do Campeonato Carioca com dois gols de jogadores da base: Lucas Silva e Pepê. Foram as duas primeiras bolas na rede do time rubro-negro na temporada de 2018.
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