Antes que alguém atire a primeira pedra, não estou bancando aqui que o menino Gabriel Jesus é novo Robinho ou Neymar. Ainda não. Mas numa boa, vou recorrer à frieza dos números do moleque na primeira Libertadores da vida para diferenciá-lo dos outros dois neste início de carreira profissional. O desempenho do Gabriel Jesus nas cinco primeiras rodadas da fase de grupos do torneio continental impressionam tanto quanto o destempero que o levou a receber o cartão vermelho no épico empate do Palmeiras com o Rosário Central nesta quarta-feira, no Estádio Gigante de Arroyito.
Estreante na Libertadores, Gabriel Jesus tem quatro gols em cinco jogos. Poderiam ser cinco em cinco se não fosse a trave naquele míssil disparado por ele no início do segundo tempo. Poderia até, quem sabe, encerrar a fase de grupos como artilheiro da Libertadores se não tivesse recebido um cartão vermelho indefensável. Ismael Sosa, do Pumas, e Jonathan Calleri, do São Paulo, lideram a lista dos goleadores com cinco bolas na rede.
Quando o jogo acabou, fui ao fundo do meu baú comparar o desempenho de Gabriel Jesus com a de outros dois moleques na primeira Libertadores da vida. A essa altura da Libertadores de 2003, por exemplo, Robinho, que tinha 19 anos e despontava como novo craque do país, contabilizava dois gols em cinco jogos. Balançou a rede do América de Cali, da Colômbia, e voltou a marcar diante do 12 de Outubro, do Paraguai. Robinho ajudou o Santos, de Emerson Leão, a ser vice-campeão diante do Boca Juniors.
Em 2011, o debutante na Libertadores era Neymar. O desempenho dele nas cinco primeiras rodadas também registrou cinco gols. Neymar balançou a rede diante do Colo Colo tanto no Chile quanto no Brasil. Acima da média, levou o Peixe ao título continental em sua estreia no torneio. Terminou o torneio com seis gols, um deles, na final diante do Peñarol. Tudo isso com apenas 19 anos de idade.
Assim como Robinho e Neymar, Gabriel Jesus tem 19 anos. Fez aniversário no último dia 3. Depois de cinco rodadas da Libertadores, o moleque tem o dobro de gols dos outros dois atacantes. Só Jesus salva Gabriel do vexame de ser eliminado na fase de grupos, mas ele já fez o comercial. Aproveitou a vitrine sul-americana para mandar recado ao mercado europeu. Fez gol jogando no Uruguai no empate por 2 x 2 com o River Plate, balançou a rede do Nacional, no Allianz Parque, e estufou a rede do Rosário Central duas vezes na igualdade por 3 x 3 com o Rosário Central. Todos os concorrentes do Grupo 2 conheceram o faro de artilheiro do camisa 12.
Robinho foi vice na estreia. Neymar, campeão. Gabriel Jesus pode até rodar na fase de grupos com o Palmeiras, mas deu uma amostra grátis ao mundo da bola de que potencial ele tem de sobra para ter uma carreira tão promissora quanto a de Robinho e Neymar. Se ele vai ser apenas um Robinho ou está mais para Neymar só o tempo dirá.
» Desempenho até a 5ª rodada na primeira Libertadores da vida…
Robinho (Santos), em 2003: 2 gols em 5 jogos
Neymar (Santos), em 2011: 2 gols em 5 jogos
Gabriel Jesus (Palmeiras), em 2016: 4 gols em 5 jogos
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