Gabriel Barbosa viveu uma noite de Gabigol no triunfo por 3 x 0 sobre o Vasco, no Maracanã. Como num passe de mágica, é um dos artilheiros do Campeonato Brasileiro. Tem 10 gols, ao lado do centroavante Pedro, do Fluminense. O atacante do Santos estava na primeira lista de convocados do técnico Tite. Dois dias depois de participar da inédita conquista da medalha de ouro nos Jogos Olímpicos do Rio-2016, era chamado para enfrentar Equador e Colômbia pelas Eliminatórias Sul-Americanas para a Copa da Rússia. A história dele na Seleção principal parou ali, meses depois de disputar a Copa América Centenário sob o comando de Dunga e até de marcar um nos 7 x 1 conta o Haiti, em Orlando, nos Estados Unidos.
A venda de Gabigol para a Internazionale foi uma espécie de “agora vai?” Não foi. A promessa do futebol brasileiro fez apenas um gol em 10 jogos com a camisa do clube italiano. Emprestado ao Benfica, balançou a rede uma vez em cinco exibições. De tanto colecionar “agora vai?”, voltou para onde, talvez, tenha saído cedo de mais, imaturo.
A verdade é que Gabriel Barbosa está próximo de atingir os números que lhe renderam o apelido de Gabigol. São 19 gols em 38 jogos nesta temporada. Os recordes dele aconteceram em 2014 e em 2015. Balançou as redes 21 vezes em cada ano. A joia do Santos tem um gol na Libertadores, 10 no Brasileirão, 4 na Copa do Brasil e outros 4 no Campeonato Paulista. É a segunda vez no ano em que faz um hat-trick, ou seja, três gols num só jogo. A torcida também tirou o chapéu para ele nas oitavas da Copa do Brasil — 5 x 1 contra a Luverdense.
As 3 melhores temporadas de Gabriel Barbosa
2014: 21 gols em 56 jogos (0,37)
2015: 21 gols em 56 jogos (0,37)
2018: 19 gols em em 38 jogos (0,50)
Agora vai?
É a mesma pergunta que se faz para outra aposta de Tite. Lucas Lima deu um estalo depois da chegada de Luiz Felipe Scolari. Achou de jogar bola e, principalmente, de fazer gol. No último dia 23, fez dois gols num jogo pela primeira vez na carreira durante a vitória por 2 x 0 sobre o Botafogo. Tirou o pé do acelerador no empate por 0 x 0 com o Internacional e não foi utilizado na derrota por 1 x 0 para o Cerro Porteño, do Paraguai. Lucas Lima é um baita jogador, mas, assim como Gabriel Barbosa, continua sendo visto com desconfiança.
Agora vai?
O zagueiro Dedé pode ser citado como mais um exemplo. É um baita zagueiro. Convocado pela primeira vez por Mano Menezes para defender a Seleção, Poderia ter participado da Copa de 2014, mas Luiz Felipe Scolari preferiu Thiago Silva, David Luiz, Dante e Henrique. Para piorar, Dedé sofreu uma grave lesão no fim daquele ano e só voltou a jogar em 2016. Voltou a se machucar e passou por uma cirurgia no joelho. Jogou tanta bola no primeiro semestre que convenceu Tite a relacioná-lo na lista de suplentes para a Copa, mas não houve corte.
Neste domingo, Dedé recomeçará a trajetória com a amarelinha. O zagueiro vai se apresentar a Tite para os amistosos contra os Estados Unidos e El Salvador nesta semana. Aparentemente, tem tudo para brigar por uma posição na defesa ao lado de Marquinhos para o Mundial do Catar-2022. Quem sabe até para a Copa América do ano que vem, no Brasil.
Agora vai? também para o meia-atacante Lucas Moura. O início de temporada do jogador do Tottenham é espetacular. Três gols na Premier League, dois deles na última segunda-feira, na goleada por 3 x 0 sobre o Manchester United, de José Mourinho. Na pré-temporada, marcou duas vezes. Convocado pela última vez na segunda era Dunga para a disputa da Copa América Centenário, Lucas começa a ensaiar a reivindicação de uma oportunidade com Tite no ciclo para a Copa de 2022.
Citei Gabriel Barbosa, Lucas Lima, Dedé e Lucas Moura. Falei de Paulo Henrique Ganso do post anterior.
Mas, por enquanto, só nos resta continuar perguntando…
Agora vai?