A fase de grupos do torneio de futebol masculino dos Jogos Olímpicos de Tóquio abre caminho para a final dos sonhos. Os favoritos Brasil e Espanha, que poderiam se enfrentar nas quartas de final, estão em lados opostos nas chaves da fase eliminatória. Só haverá duelo entre os dois países na final ou na decisão do terceiro lugar. Mas há concorrentes traiçoeiros pelo caminho. O tradicional México, campeão em Londres-2012, a Coreia do Sul, atual vice-campeã do Mundial Sub-20, e o anfitrião Japão, do Messi japonês Kubo, merecem atenção e respeito. E nem falei dos africanos. O continente representado justamente pelos adversários de Brasil e Espanha, ou seja, Egito e Costa do Marfim, tem dois ouros olímpicos com Nigéria (Atlanta-1996) e Camarões (Sydney-2000). Portanto, todo cuidado é pouco contra o salto alto.
O Brasil terminou em primeiro lugar no Grupo D depois de vencer a Arábia Saudita na manhã desta quarta-feira e terá pela frente o Egito. André Jardine conhece a força do atual campeão Sub-23 da Copa Africana de Nações. Em novembro, os Faraós venceram amistoso contra o Brasil, no Cairo, por 2 x 1. O elenco convocado à época era bem diferente, mas o técnico da Seleção olímpica conhece muito bem o potencial do adversário.
Nunca é demais lembrar que o Brasil tem traumas olímpicos em duelos contra africanos. Foi eliminado pela Nigéria nas semifinais de Atlanta-1996. Caiu nas quartas de final contra Camarões em Sydney-2000. Empatou com a África do Sul em casa na fase de grupos na Rio-2016. Não venceu a Costa do Marfim nesta edição. Perdeu amistosos para o Egito e Cabo Verde nos preparativos para a defesa do título. Portanto, o risco não deve ser desprezado.
Os últimos dois adversários usaram arma idêntica para segurar o Brasil: linhas de cinco defensores. Costa do Marfim e Arábia Saudita estabeleceram o 5-4-1 como plano de jogo. O Brasil teve dificuldades nas duas partidas. Sofreu mais do que deveria para segurar o empate com os Elefantes e vencer os sauditas nesta quarta-feira. As duas partidas testaram a paciência dos jogadores e do técnico André Jardine. O Egito tem ideia parecida. Joga no 3-4-2-1. Esse foi o sistema tático na vitória desta quarta-feira contra a Austrália.
O sobrevivente terá pela frente na semifinal a Coreia do Sul ou o México. Os asiáticos avançaram em primeiro lugar em uma chave teoricamente fácil contra Nova Zelândia, Romênia e Honduras. Os sul-coreanos levaram ao torneio parte da geração vice-campeã do Mundial Sub-20 de 2019, na Polônia. A Coreia do Sul perdeu o título para a Ucrânia. O México é o velho carrasco do Brasil. Derrotou a Seleção na final de Londres-2012. Goleou a França por 4 x 1, superou a África do Sul por 3 x 0 e só perdeu para o anfitrião Japão, por 2 x 1.
O caminho da Espanha parece, mas também não é fácil. A Costa do Marfim fez jogos inteligentes nos empates contra Brasil e Alemanha. Venceu quem deveria, a Arábia Saudita. A Fúria levou a Tóquio seis jogadores que disputaram a Eurocopa, entre eles, o prodígio Pedri. O desempenho da seleção deixa a desejar. Empatou com Egito e Argentina e venceu a Austrália.
Espanha ou Costa do Marfim enfrentarão Japão ou Nova Zelândia na semifinal. Os anfitriões trouxeram jogadores com idade olímpica à Copa América de 2019, no Brasil. Lembram? Um dos destaques da seleção era o meia Takefusa Kubo. Apelidado de Messi japonês, o camisa 7 tem três gols nos Jogos Olímpicos. Um em cada jogo da fase de grupos. A Nova Zelândia, sim, é uma surpresa. Aparentemente, o Japão teve sorte e enfrentará o adversário mais fácil.
O valor de mercado das 16 seleções do torneio masculino de futebol
Em destaque, os classificados para as quartas de final
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