Protagonista do primeiro gol da Copa do Mundo Feminina na vitória inédita da anfitriã Nova Zelândia em seis participações no torneio no triunfo por 1 x 0 contra a Noruega, campeã em 1995, a atacante Hannah Wilkinson vai muito além do futebol. A jogadora do Melbourne City é uma artista fora das quatro linhas. A obra dela fez parte de uma exposição do Comitê Olímpico Internacional nos Jogos Olímpicos de Tóquio-2020, disputados em 2021 devido à pandemia, e tem as marcas dela registradas no muro do Eden Park, em Auckland, palco da partida de abertura do evento na Oceania.
Wilkinson ama pintar. “Há momentos em que o futebol é realmente difícil, a pressão é alta. Passei por várias lesões. E é aí que minha arte realmente me salva de várias maneiras”, conta a atacante em entrevista em entrevista recente ao site do Comitê Olímpico Internacional. Algumas obras dela foram expostas na sede do COI, em Lausanne.
Nos Jogos de Tóquio-2020, ela fez parte do programa de artistas olímpicos. As obras dela ficaram em exibição na Ágora Olímpica na estação de metrô Mitsokoshimae na capital japonesa durante o megaevento.
Em 2022, Wilkinson foi convidada pela administração do Eden Park a produzir um mural no principal estádio da capital da Nova Zelândia na contagem regressiva para a Copa do Mundo Feminina. “Adoro capturar a ação o máximo possível e em detalhes. Sou muito inspirado por anime”, disse, em referência a um estilo japonês de pintura. Cresci assistindo muito Dragon Ball com meus irmãos e acho que, se sou realmente inspirada por alguma coisa, a minha criatividade vem disso”.
A arte virou terapia para Wilkinson. Em 2018, ela sofreu uma grave lesão. Rompeu o ligamento cruzado anterior do joelho. Depois de um esforça imenso, disputou a Copa do Mundo de 2019, na França. “Isso evitou que eu enlouquecesse. É uma experiência muito tediosa. Eu realmente forcei meu corpo ao meu limite para disputar aquela Copa do Mundo. Foi o período mais difícil fisicamente e mentalmente, eu acho”, testemunha a maior artilheira da história da seleção da Nova Zelândia com 29 gols.
A relação com a pintura vem desde a infância e a adolescência. “Quando eu era muito jovem, comecei essas duas jornadas (futebol e artes plásticas) e me apaixonei por ambas.
Figura carimbada nas exposições do COI, Wilkison apresentou obras sobre futebol, o desafio dos atletas de disputar os Jogos Olímpicos de Tóquio desafiados pela covid-19 e expôs também sobre uma tendência pós-moderna, o eSsports.
“Fiquei feliz com essa oportunidade. Essa é uma cultura de cultura pop e anime e, você sabe, eu costumava jogar um pouco com meus irmãos, então conheço a cultura e sei o que é a arte em torno disso e as formas e os personagens e tudo isso. Então, tenho trabalhado nisso e tem sido muito divertido. Adoro projetos em que tenho rédea solta. Esse é sempre o melhor tipo de projeto que posso ter, pois não há muitas restrições”.
Presente nas Olimpíadas de Londres-2012, Rio-2016 e Tóquio-2020, a jogadora considera essencial uma válvula de escape mental para atletas de alto rendimento. “É muito, muito significativo ser apresentado não apenas como atleta, mas também como artista, é realmente especial. Acho que humaniza, porque você não apenas vê como essas pessoas são impressionantes do ponto de vista atlético, mas também artisticamente especiais”, avalia a autora do gol número 1 da Copa 2023.
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