51204312725_be532e98bb_c Papéis invertidos: Fred em noite de coadjuvante na comemoração dos gols. Foto: Lucas Merçon/FFC Papéis invertidos: Fred em noite de coadjuvante na comemoração dos gols. Foto: Lucas Merçon/FFC

Fred no modo Evair: a solução do Fluminense no triunfo sobre o River Plate

Publicado em Esporte

Em um dos meus tweets no último sábado, na final do Campeonato Carioca, chamei a atenção para uma movimentação diferente do centroavante Fred contra o Flamengo. Uma alternativa encontrada pelo técnico Roger Machado para atacar o time rubro-negro. Ele recuava até a altura do meio de campo, atraía marcadores e acionava os companheiros de frente Kayky, Nenê ou Luiz Henrique para entradas em diagonal na cara do gol rubro-negro.

A estratégia não funcionou contra o Flamengo, mas surpreendeu o River Plate. Para mim, Roger Machado ativou Fred no modo Evair. Sim, aquele centroavante do Guarani com passagem, entre outros clubes, pelo Palmeiras-Parmalat, de Vanderlei Luxemburgo, e o Vasco, de Antônio Lopes. Em vez de referência no ataque, Evair recuava abrindo espaço para Edilson, Edmundo e Rivaldo no alviverde; e depois Edmundo naquele time cruzmaltino tricampeão brasileiro em 1997. Na época, o Animal foi artilheiro do campeonato com 29 gols. Roberto Dinamite assumiu papel semelhante quando Romário subiu para o time profissional.

O fato é que Fred no modo Evair foi decisivo para a vitória do Fluminense contra o Evair. Longe da área, como se fosse um ponta-direita, atraiu a atenção de três marcadores e serviu Caio Paulista, autor do primeiro gol tricolor. Centralizado, hipnotizou dois adversários e fez um lançamento milimétrico por cima da defesa para Nenê, aberto na esquerda, entrar em diagonal e fuzilar o goleiro Armani com um indefensável chute cruzado.

Curiosamente, Abel Hernández agiu como Fred no lance do terceiro gol. Recuado, o centroavante uruguaio, que substituiu justamente Fred no segundo tempo, deu passe para Yago Felipe balançar a rede do River Plate e consolidar a vitória por 3 x 1, e a classificação em primeiro lugar para as oitavas de final da Libertadores. Um feito e tanto levando-se em conta um grupo considerado dificílimo no sorteio. Afinal, além do River, o Fluminense teve dois adversários colombianos — o Independiente Santa Fe e o Junior Barranquilla.

O Fluminense fez 11 pontos. Dois a menos do que aquele Fluminense de 2008, do Renato Gaúcho, que amadureceu na fase de grupos, cresceu no mata-mata eliminando adversários tradicionais no torneio, como Boca Juniors e São Paulo, e perdeu o título nos pênaltis, no Maracanã, naquela incrível decisão contra a LDU.

Naquela época, Washington “Coração Valente) fez muito esse papel assumido por Fred. Thiago Neves fez três gols na decisão graças, em parte, à movimentação do centroavante fora da área. Pequenos elos do passado com o presente que fortalecem o sonho do título inédito na Libertadores.

 

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