Superclássico das Américas. Graças justamente a um gol de Fred no Estádio La Bombonera, em Buenos Aires, a decisão foi para os pênaltis. Fred converteu o dele, Neymar anotou o último e o time verde-amarelo comemorou a conquista na casa dos hermanos. Depois daquele 21 de novembro de 2012 você sabe: José Maria Marin e Marco Polo Del Nero demitiram Mano. Para alegria de… Fred.
O centroavante foi o último camisa 9 de Mano na Seleção por acaso naquela decisão. Luis Fabiano havia sido titular no duelo de ida do Superclássico das Américas, em Goiânia. Originalmente, o confronto de volta seria na cidade de Resistência, na Argentina, mas houve um apagão. O time estava escalado com falso 9. Do meio para a frente, teria Ralf, Paulinho, Arouca, Thiago Neves, Lucas Moura e Neymar. O jogo foi cancelado. Na época, Brasil e Argentina só podiam chamar jogadores em atividade no futebol brasileiro. Fred era do Fluminense. Foi chamado para o duelo em La Bombonera e fez dupla no comando de ataque com Neymar.
A bronca de Fred não era com a Seleção caseira. Dizia respeito à Seleção principal. Mano Menezes abriu mão de usar centroavante. Passou a apostar em Neymar como falso 9. Atrás dele, Hulk, Oscar e Kaká. Fred levou a decisão para o lado pessoal. Deixou isso bem claro quando Luiz Felipe Scolari foi escolhido sucessor de Mano Menezes. Com Felipão, Fred virou intocável até a Copa de 2014. “Mano não gosta de centroavante. Nunca escondi que não me dava bem com ele”. Na Copa América de 2011, ele havia amargado a reserva de outro falso nove: Alexandre Pato. No Superclássico das Américas de 2011, foi preterido por Leandro Damião na partida de ida e por Borges na volta.
“Mano não gosta de centroavante. Nunca escondi que não me dava bem com ele”
Fred, em 2013, satisfeito com Luiz Felipe Scolari
Para mim, a contratação de Fred é um gol de placa do Cruzeiro. Ponto. Na temporada passada, o time celeste criava, criava, criava, mas faltava o chamado matador. Resta saber se ele foi realmente um pedido de Mano Menezes ou apenas um capricho da nova diretoria. Principalmente por se tratar de um ex-jogador do arquirrival Atlético-MG. O diretor de Futebol Itair Machado jura que o treinador participou da decisão. “A gente não contrata sem o Mano. Ele quis o jogador”.
É curioso saber também se Fred está pronto para aceitar ser trocado por um falso 9 em algumas situações de jogo. Mano Menezes não gostava de Ábila, por exemplo. Tentou Sassá, escalou Rafael Sobis, subaproveitou Rafael Marques. Insatisfeito com o que tinha, improvisou várias vezes o meia Arrascaeta na função, com Robinho, Thiago Neves e Rafinha atrás dele na armação. Mesmo sem um nove de ofício, conquistou a Copa do Brasil em cima do Flamengo. Nos pênaltis, diga-se de passagem. O único gol do Cruzeiro no placar agregado saiu dos pés de Arrascaeta.
No projeto pessoal, Fred tem mais cinco meses para convencer Tite a levá-lo para a Copa da Rússia. Experiente, sabe que a Seleção não conta com um centroavante experiente como ele. Gabriel Jesus é um menino de 20 anos. Roberto Firmino também. Ambos serão estreantes. Podem sentir o peso da Copa. Em tese, ser reserva da Seleção na Rússia pode ser uma boa. Ele estava no grupo que fracassou nos mundiais de 2006, com Carlos Alberto Parreira; e em 2014, com Felipão. Está surrado até por um 7 x 1. Até que ponto ele suportaria amargar o banco na Libertadores em troca de um falso nove? A ferida causada por Mano está realmente cicatrizada? Fred está disposto a se sacrificar pelo Cruzeiro na próxima temporada?
Aguardemos as respostas em 2018…
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