Campeão inédito da Libertadores com a maior média de idade da história do principal torneio continental de clubes da América do Sul, o Fluminense tem, hoje, mais uma oportunidade de dar um chega para lá no etarismo. Se derrotar o Manchester City, às 15h (de Brasília), no Estádio King Abdulla Sports City, em Jeddah, na Arábia Saudita, o tricolor carioca se tornará o time mais velho a conquistar o Mundial de Clubes sob a tutela da Fifa.
O blog Drible de Corpo levantou a média de idade da escalação inicial de todos os finalistas do Mundial de Clubes a partir de 2000, quando a entidade máxima do futebol assumiu o torneio, e de 2005 a 2022, quando o consolidou. O recorde pertence a dois times italianos. Milan (2007) e Internazionale (2010) derrotaram, respectivamente, Boca Juniors e Mazembe, com uma formação inicial na casa dos 31,2 anos.
Escalado por Carlo Ancelotti em 2007, o Milan contava com seis jogadores acima dos 30 anos entre os titulares: Dida (34), Nesta (31), o capitão Maldini (39), Ambrosini (30), Seedorf (31) e Inzaghi (34). Rafa Benítez conduziu a Internazionale ao título, em 2010, usando sete trintões entre os 11 figurões. O goleiro Julio Cesar (31) puxava a fila com Córdoba (34). Lúcio (32), Chivu (30), Cambiasso (30), o capitão Zanetti (37) e Diego Milito (31).
Se pisar no gramado com a mesma formação da vitória por 2 x 1 contra o Boca Juniors na Glória Eterna e no triunfo por 2 x 0 diante do Al-Ahly na semifinal, o Fluminense ostentará média de 32,3 anos. Jamais um time ergueu o troféu com uma faixa etária tão experiente em 19 edições. O goleiro Fábio (43) e o zagueiro Felipe Mello (40) passaram dos 40 e se exibiram em altíssimo nível na última segunda-feira. O provável Manchester City tem 27,9 anos.
A média de idade virou um dos temas centrais do aguardado duelo entre o guardiolismo e o dinizismo. O técnico tricolor ficou irritado com o preconceito do jornalista inglês Sam Wallace, do The Telegraph, classificando o Fluminense como um time de aposentados. O treinador evitou falar em retrucar dentro das quatro linhas.
“Eu não acho que responder é fazer as coisas no campo. É uma questão de comportamento. Senão a gente vai ficar parecido com o cara que escreveu. Quando falta o respeito, a gente pode se motivar, mas não é o resultado que vai dizer se está certo ou não. Se eles ganharem, continua sendo falta de respeito. Isso é uma coisa que temos de aprender. Como muita gente no Brasil torceu para que esse time fosse de aposentado. Amanhã (hoje), pode ganhar, perder ou empatar. Mas esse cara nunca está certo. Não vamos jogar para responder, vamos jogar por uma declaração muito maior”, desabafou o treinador tricolor.
Enquanto o zagueiro Walker pedia respeito ao Fluminense, o técnico Pep Guariola endossava. “Nunca enfrentamos um time que joga como eles. Não é posicional, eles movem bastante a bola, muitos jogadores estão onde a bola está. Quando invertem a bola, eles acompanham. Vamos precisar impor o nosso ritmo e nosso jogo posicional”, analisa.
AS FINAIS
Média de idade dos times protagonistas da decisão do Mundial na Era Fifa (campeões em destaque)
2000
27,3: Vasco
26,2: Corinthians
2005
28,4: São Paulo
26,6: Liverpool
2006
28,3: Internacional
27,7: Barcelona
2007
26,2: Boca Juniors
31,2: Milan
2008
28,8: LDU
26,3: Manchester United
2009
28,3: Estudiantes
27,6: Barcelona
2010
28,2: Mazembe
31,2 Internazionale
2011
26,6: Santos
27,5: Barcelona
2012
29,8: Corinthians
27,4: Chelsea
2013
26,1: Bayern de Munique
28,7: Raja Casablanca
2014
27,0: Real Madrid
29,6: San Lorenzo
2015
28,0: River Plate
29,2: Barcelona
2016
28,0: Real Madrid
28,8: Kashima Antlers
2017
28,9: Real Madrid
28,8: Grêmio
2018
28,8: Real Madrid
29,2: Al-Ain
2019
26,3: Liverpool
28,6: Flamengo
2020
26,6: Bayern de Munique
30,9: Tigres
2021
28,1: Chelsea
28,1: Palmeiras
2022
28,4: Real Madrid
30,1: Al-Hilal
2023
28,6: Manchester City
32,3: Fluminense
Fonte: blog Drible de Corpo
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