Escrevi na análise da estreia do Fluminense contra o Alianza Lima que a reforma do atual campeão da Libertadores passava pelo atacante Marquinhos e o versátil Matheus Martinelli. Chamava a atenção para a multiplicidade de funções do ponta e do volante do Fluminense. Ambos cumpriram mais de uma função na mesma partida, em Lima.
A vitória tricolor contra o Colo-Colo por 2 x 1, no Maracanã, tem tudo a ver com o comprometimento dos dois jogadores (assista aos melhores momentos no fim deste post). Marquinhos cada vez mais pede passagem. Assim como na primeira partida, iniciou o duelo aberto na ponta-direita e precisou de quatro minutos para abrir o placar com um belíssimo gol. A faixa de campo ocupada por ele obriga o colombiano Arias a mudar de lado para a banda esquerda na linha de três articuladores. Ganso centralizado.
No empate contra o Alianza, eu chamei atenção para o time do fim da partida. A defesa não tinha zagueiros de origem. Matheus Martinelli e André formaram o par de beques. Marquinhos havia iniciado a partida como ponta-direita e terminou na lateral esquerda.
Faltava alguém minimamente capaz de colocar a bola na rede no baralho de cartas de Fernando Diniz. Ele voltou. Germán Cano encerrou a carência de gol do tricolor. O time havia marcado apenas um nas últimas três exibições. O Rei da América usou a cabeça para finalizar o cruzamento da direita vindo dos pés de quem? Marquinhos! Keno vai ficando para trás.
Enquanto isso, Matheus Martinelli contrariava a lógica duplamente lá atrás. Mesmo com 1,77m, deu conta da missão enquanto foi possível. Sim, o Fluminense voltou a sofrer gol em trama de bola aérea do adversário, mas ele resistiu bravamente aos ataques da equipe chilena. Martinelli foi deslocado para a zaga por um motivo simples: a venda de Nino.
A opção do treinador por Martinelli na defesa irrita parte da torcida tricolor devido às perdas no meio de campo. A maioria prefere vê-lo no meio de campo ao lado de André — e não na defesa em parceria com Felipe Melo. É o cobertor curto de Fernando Diniz até a contratação de um beque capaz de entregar o que Nino fazia. O sonho de consumo é Thiago Silva.
Enquanto o Monstro não vem, a tarefa do técnico é tornar o sistema defensivo tricolor menos exposto. O time ainda não tem consistência no setor nesta temporada. Isso é muito ruim levando-se em conta o recorte. O Campeonato Brasileiro vai começar. O sorteio da próxima fase da Copa do Brasil está chegando. A Libertadores caminha para a terceira rodada. O sarrafo está subindo e o Fluminense precisar atingir o equilíbrio.
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