54719684179_c9a626c50f_c Bruno Henrique comemora o oitavo gol em 37 jogos no ano. Foto: Gilvan de Souza/Flamengo Bruno Henrique comemora o oitavo gol em 37 jogos no ano. Foto: Gilvan de Souza/Flamengo

Flamengo vê Inter desativar bomba-relógio e levar decisão ao Beira-Rio

Publicado em Esporte

Antes de iniciar a série contra o Internacional pelas oitavas de final da Copa do Brasil, o Flamengo disputou cinco duelos eliminatórios no sistema de ida e volta sob o comando do técnico Filipe Luís. Em quatro, venceu a primeira partida por diferença de apenas um gol.

 

As vítimas foram Corinthians e Botafogo-PB na Copa do Brasil; além de Vasco e Fluminense no Campeonato Carioca. A maior folga aconteceu no triunfo por 3 x 1 contra o Atlético-MG no primeiro duelo da decisão do mata-mata nacional, no ano passado.

 

Portanto, o roteiro da vitória por 1 x 0 contra o Internacional na noite dessa quarta-feira, no Maracanã, não deveria ser novidade para rubro-negros insaciáveis — e rabugentos. Sim, o elenco é caro, mas tem fetiche por viver perigosamente no sistema eliminatório.

 

Uma virtude de Filipe Luís é administrar bem as vantagens construídas na primeira partida, até mesmo em momentos de mais dificuldade. Ele teve um jogador expulso na Neo Química Arena contra o Corinthians, sustentou a vantagem e se classificou para a final.

 

O Flamengo ostenta o melhor elenco da América do Sul, mas é preciso entender o contexto. Filipe Luís perdeu o meio de campo ideal construído por ele. Enfrentou o Internacional sem Pulgar, De La Cruz, Arrascaeta e Gerson — vendido ao Zenit São Petersburgo depois da Copa do Mundo de Clubes da Fifa. Perdão pelo clichê, mas futebol se ganha na meiuca.

 

Sem o suspenso Arrascaeta, o técnico Filipe Luís apostou em um sistema 4-2-4 travestido de 4-2-3-1. Nenhum dos integrantes do quarteto ofensivo formado por Luiz Araújo, Bruno Henrique, Gonzalo Prata e Samuel Lino tem característica de meia.

 

 

Todos são velozes, verticais, preferencialmente pontas e sem ambição pelo gol. São passadores de bola, coadjuvantes, não definidores natos. A exceção é justamente quem fez o gol da vitória. Bruno Henrique marcou pela oitava vez neste ano em 37 exibições.

 

Sufocado pelo Flamengo no primeiro tempo, o Internacional teve 34% de posse de bola, mas conseguiu desativar a bomba-relógio na etapa final. Cortou as conexões do Flamengo. O quarteto de ataque diminuiu a intensidade da blitz na saída de bola, desgastou-se em busca de espaço, enervou-se com o jogo de contato físico e largou a mão do meio de campo.

 

Jorginho e Alan passaram a ficar sozinhos na proteção à zaga. Usando a linguagem do futebol americano, o Internacional começou a ganhar jardas. Avançava, mas não incomodava tanto por um motivo: é difícil balançar a rede rubro-negra. O Flamengo não foi vazado pela 30ª vez na temporada. Quanto o Inter tentou, Rossi respondeu.

 

Mesmo bugado devido às mudanças de Roger Machado, o Flamengo desperdiçou a chance de marcar o segundo nos pés de Luiz Araújo. Rochet evitou, manteve a série aberta e deu esperança ao Internacional de uma virada no Beira-Rio. Não será fácil.

 

Filipe Luís acumula 60 partidas como técnico do Flamengo. Perdeu apenas dois por dois gols de diferença: um para o Fluminense de Mano Menezes na Série A do ano passado e outro para o Bayern de Munique por 4 x 2 na Copa do Mundo.

 

Além disso, jamais foi eliminado quando abriu 1 x 0 no primeiro jogo do mata-mata. Mas nada é impossível para quem despachou o todo-poderoso River Plate nos pênaltis nas oitavas de final da Libertadores de 2023 com show de Rochet, no Beira-Rio.

 

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