O Flamengo esteve longe de ser brilhante na vitória por 1 x 0 contra o Grêmio na partida de volta das semifinais da Copa do Brasil. Nem precisava. Administrava vantagem de 2 x 0 construída com louvor na Arena, em Porto Alegre, e lutava muito mais com os fantasmas criados internamente, no Ninho do Urubu, do que com o limitado potencial tricolor.
A diferença entre os dois times resume-se a uma palavra: talento. O Flamengo tem de sobra. O Grêmio só conta com o fora de série Luis Suárez. Quando um figurão rubro-negro não joga bem, alguém assume o protagonismo. Se o uruguaio não desfruta de uma noite feliz, dificilmente surge um anjo da guarda para blindá-los de um dia infeliz.
O salvador da vez é o uruguaio Giorgian De Arrascaeta. Não somente nas semifinais, mas em todas as fases nas quais esteve em campo nesta campanha da Copa do Brasil. O meia fez um gol na classificação contra o Fluminense no confronto de volta das oitavas. Dá assistência no primeiro duelo com o Athletico-PR nas quartas.
A vaga para a segunda final consecutiva do Flamengo na Copa do Brasil, repetindo o feito de 2003 e de 2004 na era pobre do clube, tem as digitais do Arrascaeta nos dois confrontos com o Grêmio. Foi dele a assistência para o gol de Bruno Henrique, em Porto Alegre. Sem Gabriel Barbosa e Pedro, o uruguaio assumiu a responsabilidade de cobrar o pênalti nesta quarta-feira e consolidou a classificação rubro-negra para a decisão contra o São Paulo.
O Flamengo está na final da Copa do Brasil mais na base do talento, não do futebol. O estilo de jogo está longe de agradar Jorge Sampaoli. Não tem nada a ver com os conceitos dele. O argentino deixou isso claro na entrevista coletiva. Isso tem ferido o ego do treinador.
“Tenho uma forma de treinar e jogar na qual o time está tentando. Às vezes, consegue, mas às vezes não. Estamos tentando convencer um grupo de esportistas que joguem de uma determinada maneira. Isso às vezes leva tempo, às vezes acontece rápido e às vezes nunca acontece”, desabafou na entrevista coletiva indicando insatisfação com queda de braço.
Nem mesmo a rodinha e os tapas na careca dele em uma sinalização de trégua foi capaz de deixar Sampaoli feliz. Ele é obcecado pelo padrão de jogo estabelecido na Universidad de Chile campeã da Copa Sul-Americana em 2011, no Chile vencedor da Copa América em 2015, até mesmo do Santos vice do Brasileiro em 2019, e do Atlético-MG terceiro em 2020.
Se o Flamengo deseja, mesmo, alegrar Jorge Sampaoli, o caminho para fazê-lo feliz é jogar como o técnico deseja. Incorporar o estilo. Com a eliminação da Libertadores, haverá semanas de sobra para aprimorar os movimentos, assimilá-los, encaixá-los. Do contrário, a relação continuará se desgastando, deteriorando, aborrecendo Sampaoli até o rompimento definitivo antes mesmo da decisão da Copa do Brasil. Sampaoli não é apegado a finais ou possibilidade de títulos. Os conceitos estão acima de tudo. Técnicos autorais são assim.
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