O Flamengo revolucionou o mercado brasileiro ao conquistar os títulos da Libertadores e do Brasileiro em 2019 sob o comando de um técnico português. Jorge Jesus inaugurou uma nova ordem. Depois dele, os torneios nacional e continental viram outros dois lusitanos atingirem o pódio: Abel Ferreira duas vezes com o Palmeiras e Artur Jorge uma no Botafogo. Nem só de Cristiano Ronaldo e treinadores vive a incrível escola lusitana no futebol.
Seis anos depois, o time carioca pode provocar uma nova mudança nos bastidores. O presidente Luiz Eduardo Baptista, o Bap, contratou um executivo de futebol português. José Boto desembarcou no Rio de Janeiro com a missão de comandar o setor na gestão do dirigente empossado no fim do ano passado.
No primeiro semestre, José Boto bateu meta no Campeonato Carioca e na Supercopa do Brasil. No segundo, ganhou a Libertadores e tem o título do Brasileirão pendente de dois pontos nas últimas duas rodadas. A tendência é que vire moda nos próximos anos e a justificativa está nas comissões técnicas dos atuais campeões europeu e sul-americano.
O Flamengo conquista a Libertadores depois dos movimentos de José Boto no mercado nas contratações de Juninho Vieira, Danilo, Emerson Royal, Saul Ñiguez, Jorginho e Samuel Lino. Todos tiveram relevância em algum momento da temporada. Juninho, muitos esquecem, fez o gol do título rubro-negro no Estadual na primeira partida contra o Fluminense.
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A coleção de títulos do Paris Saint-Germain na França e no Velho Continente também tem a influência de um português. Considerado o “mago do mercado”, o português tem no currículo as montagens do Monaco campeão francês na temporada de 2016/2017, do Lille em 2020/2021 e na conquista inédita da Champions League contra a Internazionale.
José Boto assumiu o cargo no Flamengo no início deste ano. Luís Campos tomou as rédeas no PSG na temporada de 2023/2024. Dispensou Messi, Neymar, Sergio Ramos, Verratti, Wijnaldum e Bernat. Em contrapartida, investiu 437 milhões de euros nas chegadas de Dembélé, Barcola, Kolo Muani, Lucas Hernández, João Neves, Pacho, Doué e Kvaratskheliae. Escolheu o técnico espanhol Luis Enrique a dedo para liderar o processo.
Sete titular na final da Champions League na goleada por 5 x 0 contra a Internazionale foram contratados na gestão de Luís Campos. A formação inicial do Flamengo contra o Palmeiras tinha Danilo, Jorginho e Samuel Lino entre os 11 do técnico Filipe Luís. Nem só de técnicos vive a indústria portuguesa. Eles também exportam executivos de ponta vencedores.
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