Com valor estimado da obra em R$ 990.408,50 (R$ 82.537 por mês), está marcado para o próximo dia 12, às 15h, o pregão presencial 001/2016 da Companhia Urbanizadora da Nova Capital do Brasil (Novacap) para a contratação, por um ano, de uma empresa especializada na manutenção do gramado do Estádio Nacional de Brasília Mané Garrincha. Maior interessado no desfecho da novela que se arrasta há 51 dias, o Flamengo já decidiu: não vai esperar o resultado da licitação.
O clube carioca tem a intenção de transformar a arena em sua casa na Série A do Campeonato Brasileiro enquanto o Maracanã e o Engenhão estiverem a serviço dos Jogos Olímpicos do Rio-2016. Assim, o rubro-negro optou por bancar a manutenção utilizando os serviços da Novacap e a tecnologia da Greenleaf, empresa vencedora da última licitação do GDF e responsável por cuidar dos gramados da Gávea e do Ninho do Urubu. O campo do Mané Garrincha está sem manutenção especializada desde 12 de fevereiro e recebeu críticas pesadas recentemente de dois técnicos de futebol.
“O estádio é lindo, mas o campo de jogo não estava muito legal como da outra vez (Fla-Flu), não sei o que aconteceu”,resmungou o comandante do Flamengo, Muricy Ramalho, depois do empate com o Figueirense (1 x 1) pela Primeira Liga. “Acho que é um pouco ofensivo um estádio custar tão caro e faltar água quente, mobília e ter um gramado tão ruim”, detonou Levir Culpi, do Fluminense, após o triunfo sobre o Inter nos pênaltis na semifinal.
O Flamengo entrou em um acordo com o Governo do Distrito Federal e a Novacap. Assumirá os reparos no gramado e as despesas até que a vencedora da licitação seja contratada pelo GDF, assine o contrato e assuma a responsabilidade. A estimativa é que o trâmite demore 45 dias. A manutenção temporária bancada pelo Flamengo começou hoje.
Nesta segunda-feira, a Greenleaf voltou a cuidar do campo a pedido do Flamengo. Isso também havia acontecido na partida rubro-negra contra o Figueirense, pela Primeira Liga. Preocupado com a situação do gramado, o clube pediu à firma para dar uma penteada no campo. Vencedora da última licitação do GDF, em dezembro de 2015, a empresa era responsável pela manutenção até 12 de fevereiro, quando o contrato expirou. Máquinas e o pessoal especializado da firma com sede no Rio já trabalham em parceria com a Novacap para recuperar o piso o mais rápido possível. Ao mesmo tempo, o GDF negocia o pagamento da dívida com a Greeleaf. O blog apurou que estão atrasados quatro meses de pagamento referentes ao contrato anterior.
A estimativa é de que o campo esteja 100% em 20 dias. Nas partidas do Flamengo no Mané, a Greenleaf fará o tratamento do gramado. Nos jogos válidos pelo Candangão, a missão continuará sendo da Novacap. Além de receber as finais do Candangão, o Mané pode abrigar uma das semifinais do Carioca, se o Flamengo avançar, e a estreia do clube contra o Sport na Série A. O estádio também está reservado para o duelo com o São Paulo, na oitava rodada da Série A, e para os compromissos contra Cruzeiro e Grêmio, no segundo turno.
Na avaliação do Flamengo, deixar o gramado sem os resparos de uma empresa especializada ao longo do mês de abril seria um risco para o planejamento do clube de mandar até 12 jogos do Campeonato Brasileiro no Distrito Federal. A solução apresentada pelo Flamengo também teve o apoio dos comitês Organizador e Olímpicos dos Jogos do Rio-2016. O Mané Garrincha receberá 10 jogos dos torneios masculino e feminino de futebol.
Sem contato de manutenção desde 12 de fevereiro, o gramado passou mais de um mês sem manutenção especializada. Irritado com as críticas, o governador Rodrigo Rollemberg pediu à Novacap para assumir o serviço até que o impasse fosse solucionado. A empresa fez o que podeia, mas deixou claro, desde o início, que seus profissionais não são especializados em gramados de campos de futebol. O problema chegou ao ápice nas últimas duas partidas. Levir Culpi chutou o balde na vitória sobre o Inter, na semifinal da Primeira Liga. No clássico entre Flamengo e Vasco, jogadores e treinadores detonaram a situação do campo.