Uma equipe liderada pelo ortopedista Paulo Lobo, membro da diretoria da Comissão Nacional de Médicos da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) será responsável por elaborar o protocolo do Distrito Federal para a retomada do Candangão. Na prática, isso não significa o retorno imediato da competição, mas apenas o início das discussões sobre os procedimentos sanitários que serão tomados quando houver autorização para treinos. O torneio local está paralisado desde 18 de março, quando foi disputada a última rodada da primeira fase. Estão pendentes um jogo atrasado entre Gama e Real e a etapa de mata-mata. Gama, Brasiliense, Real Brasília, Formosa, Taguatinga, Capital, Luziânia e Sobradinho avançaram às quartas de final.
Em entrevista ao blog, o médico Paulo Lobo confirmou a montagem do grupo de trabalho. “É um pedido do presidente da federação Daniel (Vasconcelos). Estamos montando uma comissão com os médicos de clubes, fisioterapeutas, infectologistas… Vamos elaborar um protocolo que atenda às nossas necessidades e mostrar para o Governo do Distrito Federal”, afirmou.
A primeira reunião, inclusive com a presença de cada um dos clubes, será na próxima semana. “Levaremos tudo que já recebemos e discutiremos. Todos poderão dar sua contribuição. O intuito é ajudar o futebol de Brasília e preservar a saúde de todos”, diz Paulo Lobo.
Questionado se terá como referência protocolos de ligas internacionais, como do Alemão, Espanhol, Inglês ou da CBF, que tem sido discutido com o Ministério da Saúde, Paulo Lobo ponderou que há necessidade de adaptação à realidade do futebol local. “Como sou membro da diretoria da Comissão Nacional de Médicos da CBF, claro que estaremos alinhados com a instituição, mas cada estado tem a sua realidade. Temos em mãos protocolos de outros estados e até de outros países. Tudo será analisado e faremos um que possa ser adequado à nossa realidade. Uma coisa é o protocolo da CBF para as competições nacionais, outra é a realidade de cada campeonato estadual. E, lógico, precisamos estar alinhados com o comitê da Secretaria de Saúde para covid-19 do GDF”, pondera o médico.
“Como sou membro da diretoria da Comissão Nacional de Médicos da CBF, claro que estaremos alinhados com a instituição, mas cada estado tem a sua realidade. Temos em mãos protocolos de outros estados e até de outros países. Tudo será analisado e faremos um que possa ser adequado à nossa realidade. Uma coisa é o protocolo da CBF para as competições nacionais, outra é a realidade de cada campeonato estadual”
Paulo Lobo, ortopedista
Paulo Lobo evita fazer projeções sobre a retomada dos treinos ou do campeonato, mas admite que isso tem sido avaliado até mesmo nos debates com a CBF. “Estamos em sintonia com o doutor Jorge Pagura (presidente da Comissão de Médicos da CBF). Já tivemos várias reuniões com os médicos das séries A, B, C e D sob a liderança dele. Todas as dúvidas foram dirimidas. Teve assessoria de infectologistas, de alguns chefes dos departamentos médicos de grandes clubes do país, e o protocolo da CBF, mesmo sendo feito para as competições nacionais da instituição, será de grande valia para que possamos estabelecer o nosso”, afirma.
O médico considera importante o GDF estabelecer uma parceria com os clubes para a realização dos testes antes da volta aos treinos e durante a retomada do futebol. “A maioria dos clubes luta com muita dificuldade. Essa possibilidade viria contribuir em muito para a saúde dos atletas e é algo para se colocar em discussão”, avalia. Em entrevista ao blog, a secretária de Esporte e Lazer Celina Leão comprometeu-se a levar a demanda ao governador Ibaneis Rocha.
A tendência é que o grupo de trabalho seja composto pelos médicos e/ou fisioterapeutas dos oito times que disputarão a fase eliminatória. Alguns times não têm médico. Nomes como o do professor Márcio Santos (fisioterapeuta), que faz parte dos projetos da Fifa e do Hospital HOME; e das infectologistas Eliana Bicudo e Naira Bicudo darão suporte científico. O doutor em Biologia Animal Cesar Romero Soares Sousa, o mestre em Ciências da Saúde Roberto Peres Patu e a farmacêutica e bioquímica Maria Valdete Aires Moura também apresentaram sugestões que serão analisados na confecção do protocolo final do Distrito Federal.
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