Vinte e cinco anos depois, a família Baptista está oficialmente de volta à prancheta do Palmeiras. Em 1991, Nelsinho Baptista era a aposta do presidente Carlos Facchina e do gerente da parceria com a multinacional Parmalat, José Carlos Brunoro. Em 2016, a aposta do novo mandatário alviverde, Maurício Galiotte, sucessor de Paulo Nobre, e do diretor executivo, Alexandre Mattos, é no filho de Nelsinho, Eduardo Baptista, ex-Ponte Preta.
Nelsinho Baptista chegou ao Palmeiras mais jovem que o filho. Tinha 41 anos. Exibia no currículo um vice-campeonato paulista à frente do Novorizontino na final caipira de 1989 contra o Bragantino. Em 1990, deu ao Corinthians o primeiro dos seis títulos do Timão no Campeonato Brasileiro. Havia um peso enorme sobre as costas de Nelsinho. O Palmeiras não conquistava nada havia 16 anos. O trabalho começou a ruir no quadrangular semifinal do Paulistão de 1991. O alviverde foi eliminado pelo timaço do São Paulo, de Telê Santana.
Veio 1992. Nelsinho foi se estressando. Afastou por indisciplina Evair, Jorginho Cantinflas, Ivan e Andrei. Solidários, Edu Marangon e Betinho se afastaram do elenco. Nelsinho não suportou três derrotas consecutivas – para Portuguesa, São Paulo e Bragantino – e um empate diante do Noroeste no Paulistão de 1992. No 0 x 0 com o time de Bauru, ouviu gritos de “timinho” no velho Parque Antártica. Não aguentou e pediu demissão.
Nelsinho Baptista comandou o Palmeiras em 82 jogos. Foram 43 vitórias, 18 empates, 21 derrotas, 100 gols pró, 55 gols contra e 60% de aproveitamento, ou seja, faltou título. “Saio para não atrapalhar. A cobrança da torcida é pessoal sobre mim, é desonesta, feita por covardes. Acho que a minha saída vai dar mais tranquilidade ao grupo. Fiz o que pude para vencer. Só que no Palmeiras, quem não ganha título, vira um derrotado”, disse Nelsinho Baptista em entrevista à Folha de S. Paulo, em 21 de agosto de 1992.
Que o filho de Nelsinho, Eduardo Baptista, tenha lido algum dia a declaração do pai. O novo treinador do Palmeiras assume o cargo com 46 anos. Cinco anos a mais do que Nelsinho em 1991. Eduardo tem no currículo um título do Campeonato Pernambucano e a Copa do Nordeste, ambos em 2014. Bem menos do que o pai, que havia sido campeão brasileiro aos 40, à frente do Corinthians.
“Saio para não atrapalhar. A cobrança da torcida é pessoal sobre mim, é desonesta, feita por covardes. Acho que a minha saída vai dar mais tranquilidade ao grupo. Fiz o que pude para vencer. Só que no Palmeiras, quem não ganha título, vira um derrotado”
Nelsinho Baptista, pai de Eduardo, ao deixar o Palmeiras em 1992
A pressão vai ser enorme sobre Eduardo Baptista. Ele sabe. Só não será imensa porque Cuca aliviou a barra dele. Além de deixar um elenco montado, tirou o Palmeiras de uma fila de 22 anos sem o título do Campeonato Brasileiro. Além disso, o alviverde ganhou a Copa do Brasil em 2015. A pressão, agora, é pelo fim do jejum no Paulistão, que se arrasta desde 2008. E principalmente pela conquista do bi na Libertadores. A única foi em 1999.
Gosto da forma que Eduardo Baptista pensa futebol. Moderno, detesta abrir mão da posse de bola. Implantou marcação pressão no Sport, no Fluminense e na Ponte Preta, mas alterna com cerco por zona. Tem tudo para ser assim também no Palmeiras.
Na minha opinião, Eduardo Baptista tem tudo para superar Nelsinho no Palmeiras. Basta usar a declaração do pai na saída do clube em 1992 como mantra. “No Palmeiras, quem não ganha título, vira um derrotado”.
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