Êxitos na base credenciam Paulo Victor Gomes a candidato à sucessão de Abel Ferreira no Palmeiras

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O sucesso do Palmeiras na conquista do bicampeonato da Copa São Paulo de Futebol Júnior vai além da formação de talentos como Ruan Ribeiro, Pedro Lima, Patrick e tantos outros jovens bons de bola. O clube também está formando um técnico e precisa ter zelo por ele. Para mim, Paulo Victor Gomes é, ou pelo menos deveria ser candidato a sucessor de Abel Ferreira quando o português deixar a Academia de Futebol.

Não é somente pelos títulos nem por conhecer os diamantes da base. Paulo Victor Gomes se preparou. Trocou o papel de zagueiro e volante do time sub-20 do XV de Jaú pelo faculdade de educação física. Tinha 18 anos e um foco: ser técnico de futebol. Concluiu a graduação, fez pós, devorou todos os cursos da CBF Academy e empilhou títulos nas divisões de base do Palmeiras. Duas edições da Copinha, Brasileirão, Copa do Brasil e Campeonato Paulista, todos nas categorias sub-20. Comandos o time principal do Palmeiras nas últimas duas rodadas da Série A em 2021 contra Athletico-PR e Ceará em mais uma etapa do aprendizado e evolução na profissão.

Tem rastro também nas seleções de base. Levou o país ao título do Sul-Americano Sub-15 em 2019, no Paraguai. Trabalhou justamente com a geração que disputa o torneio sub-20 sob o comando de Ramon Menezes, na Colômbia. O elenco tinha Andrey Santos, Biro, além das joias Ângelo e Matheus França. Na sequência, colaborou com André Jardine nos títulos da Seleção no Torneio de Toulon e no bicampeonato olímpico nos Jogos de Tóquio.

Organizado na base, o Palmeiras pode repetir, em breve, o planejamento de potências do futebol europeu. Pep Guardiola e Tito Vilanova, por exemplo, foram treinadores da base do Barcelona antes de assumirem o elenco principal. Zinedine Zidane deu os primeiros passos no Real Madrid Castilla até suceder Carlo Ancelotti. O ídolo Raúl González é o atual comandante dos garotos e candidatíssimo a treinador do elenco principal em curto prazo.

Os clubes brasileiros têm o vício de olhar apenas para os jogadores talentosos na Copinha, mas há uma safra de treinadores campeões (ou não) surgindo na competição. Zé Ricardo conquistou o título pelo Flamengo. Enderson Moreira foi o mentor de conquistas do Cruzeiro e do América-MG. Rogério Micale brilhou com o Figueirense. Claudinei Oliveira deu a taça ao Santos. Guto Ferreira ganhou a Copinha com o Internacional.

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Marcos Paulo Lima

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