Protagonista da primeira medalha de ouro do Brasil no torneio de futebol masculino na história dos Jogos Olímpicos, no Rio, em 2016, liderando Weverton, Marquinhos, Rodrigo Caio, Renato Augusto, Neymar, Gabriel Barbosa, Gabriel Jesus, Luan, Felipe Anderson e companhia, o baiano Mário Rogério Reis Micale — o Rogério Micale, 56 — é um dos especialistas no futebol do Egito.
Durante três anos, ele foi o responsável por recrutar jogadores para as seleções de base do país africano. Levou o país ao quarto lugar nos Jogos Olímpicos de Paris-2024. Portanto, assistir aos jogos dos times na terra dos faraós era obrigação antes de elaborar e divulgar as convocações.
O blog conversou com Rogério Micale sobre o Pyramids FC. O atual campeão da Champions League da África enfrentará o Flamengo neste sábado, às 14h (de Brasília), pelas semifinais da Copa Intercontinental. O sobrevivente disputará o título na quarta-feira contra o Paris Saint-Germain, em Al-Rayyan, no Catar. Micale indica os pontos fortes da equipe comandada pelo técnico bósnio Krunoslav Jurcic, no cargo desde 2024, mas define o Flamengo mais de uma vez como favorito no confronto.
O Pyramids é um clube novo do Egito. Tem 17 anos. O que pode dizer sobre o atual campeão da Champions League da África com base nos três anos em que trabalhou lá?
É um clube grande do Egito. Está entre os três maiores de lá. Conquistou no ano passado o maior título da história. Estavam correndo atrás disso há muito tempo e conseguiram a Champions League Africana. Tem uma boa estrutura, das melhores do país, ao lado do Al-Ahly. O treinador está lá há algum tempo. Conhece bem o clube, os jogadores…
É um projeto consolidado então…
Para o nível africano, é um dos melhores clubes da região. Jogam junto há muito tempo e sempre tentam melhorar de uma temporada para outra em termos de contratação. O clube tem muito dinheiro, um poder financeiro grande. Muitos jogam na seleção local. O Pyramids pode dar algum trabalho, mas acho que o Flamengo é amplamente favorito.
Há algo específico no estilo de jogo do Pyramids?
O contra-ataque deles é forte. São jogadores rápidos. Vão tentar defender bem e sair no contra-ataque. Assim eles ganharam do Al-Ahli da Arábia Saudita nas quartas de final da Copa Intercontinental por 3 x 1, um time muito mais forte do que eles.
O Pyramids pode tirar vantagem fisicamente?
Eles estão no meio de uma temporada ainda. Vão chegar mais descansados do que o Flamengo. Nesse aspecto, eles podem levar vantagem, mas no resto, tático e técnico, o Flamengo é muito superior.
O entrosamento é outra carta na manga?
A base é uma espinha dorsal que já vem atuando há algum tempo junto faz tempo, desde a minha chegada ao Egito. Estamos falando aí de dois, três anos. Eles buscam pontualmente reforços. Alguns jogadores fazem parte da seleção principal do Egito (Ahmed El Shenawy, Mohamed Hamdy, Mohanad Lasheen, Mostafa Fathi, Zalaka, Marwan Hamdy, Dunga). É preciso ter atenção, mas volto a dizer que o Flamengo é amplamente favorito.
Você trabalhou com jogadores do Pyramids na base da seleção egípcia?
Eu tinha três jogadores que pertenciam ao Pyramids. Dois deles saíram. Um deles é o destaque do país, que é Ibrahim Adel, que foi para os Emirados Árabes Unidos. O Mahmoud Saber não está mais. Tem o Ahmed Atef, chamado de Otta, um meia baixinho que deve atuar como titular.
X: @marcospaulolima
Instagram: @marcospaulolimadf
TikTok: @marcospaulolimadf

