As evoluções de Botafogo e São Paulo e a exibição de gala do Atlético-PR na Copa Sul-Americana

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Impressionante como dois times sofríveis no início da temporada se transformaram em tão pouco tempo. É cedo para cravar que Botafogo e São Paulo terão um restante de temporada calmo, sereno e tranquilo, mas  o processo de transformação — ainda que a conta gotas — é animador para as duas torcidas. As estreias na Copa Sul-Americana mostraram isso.

O que era aquele Botafogo do vexame diante do Aparecidense na vergonhosa eliminação na primeira fase? O que era aquele Botafogo do primeiro clássico contra o Flamengo? Embora tenha vencido de virada um Audax Italiano fraco, lanterna do Campeonato Chileno, o time deu mais um importante passo sob o comando de Alberto Valentim. Assim como na reta final do título carioca, o alvinegro mostrou poder de recuperação, de superação, alma. A campanha do ano passado na Libertadora deu casca grossa aos remanescentes do elenco para o torneio internacional deste ano. Rodrigo Pimpão, por exemplo, comandou o triunfo.

O que era o São Paulo de Dorival Júnior no início da temporada? Presa fácil para pequenos como São Bento e Ituano, e os arquirrivais Santos, Corinthians e Palmeiras.  Sem contar a largada insegura na Copa do Brasil. A chegada de Diego Aguirre tornou o tricolor mais competitivo. Por pouco não eliminou o Corinthians nas semifinais do Paulistão. O uruguaio só disputou jogos de mata-mata até o momento — seis no total — mas vem dando sinais de evolução nos dois duelos contra o São Caetano, no dois com o Corinthians, no duelo com o Atlético-PR na ida da Copa do Brasil e nesta quinta diante do Rosario Central. Estou curioso para ver o comportamento do time em outro estilo de competição, ou seja, na estreia contra o Paraná no Brasileirão. As equipes de Rogério Micale costumam ser agressivas, gostam da posse de bola.

Diego Aguirre testou o sistema tático 3-5-2, aquele utilizado na vitoriosa era Muricy Ramalho no tricampeonato brasileiro de 2006, 2007 e 2008. Dá pinta de ser o formato perfeito para Rodrigo Caio. Pena que ele foi expulso. Achei o cartão vermelho exagerado, diga-se de passagem. A mudança obrigou Diego Aguirre a mudar o planejamento. Mesmo com um jogador a menos na maior parte do jogo, o São Paulo se comportou bem e mostrou que há lugar para o sonho de consumo Everton no time. O jogador do Flamengo pode ser contratado até segunda-feira numa transação que deve custar R$ 15 milhões. Tem vaga vaga no time titular.

Para terminar, o Atlético Paranaense, de Fernando Diniz, merece aplausos.  Palmas para a goleada por 3 x 0 sobre o Newell’s Old Boys, da Argentina, mas, principalmente, para a pintura do terceiro gol. Uma obra-prima com o estilo do treinador. Foram 28 toques na bola até a finalização de Guilherme. Uma pintura coletiva na Arena da Baixada.

Boas exibições de três times que estão longe de serem apontados como favoritos ao título do Campeonato Brasileiro, que começa neste sábado, mas com potencial para evoluir nos próximos meses.

Marcos Paulo Lima

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