É possível achar defeito em uma seleção protagonista de uma goleada em casa na abertura da Euro-2024? Sim! A Alemanha do 5 x 1 contra a Escócia tem problemas a resolver.
Um deles diz respeito à rigidez do sistema tático. O 4-2-3-1 adotado no Allianz Arena, em Munique, desafia. Posicional ou não, o modelo trata os jogadores como bonequinhos de pebolim. São praticamente estáticos, com poucas trocas de papéis. O posicionamento médio descrito pelo aplicativo SofaScore evidencia o que escrevo. Com a bola dava para notar variação ao 2-3-5, mas quase sempre com as peças ocupando áreas restritas.
A Alemanha não pode jogar assim contra rivais mais fortes sob pena de tornar-se previsível, ou seja, presa fácil. Os anfitriões se deram bem no sorteio do Grupo A, mas o sarrafo vai subir. Hungria e Suíça não se comportaram como a péssima Escócia e serão mais agressivas.
Há um discurso controverso sobre a Alemanha. Não é correto dizer que trata-se de uma seleção jovem. A média de idade da formação inicial contra a Escócia era de 29,1 anos. Para você ter uma ideia, o Real Madrid acaba de conquistar a Champions League com um onze inicial na casa dos 28,1. O Borussia Dortmund tinha 27,5. Os veteranos Neuer, Gundogan e Kroos são as pitadas de experiência na trupe germânica.
O correto é ressaltar a juventude de algumas peças fundamentais no sistema de jogo. Wirtz e Musiala têm 21 anos. Uma idade infernal para os marcadores deles. Ambos iniciaram a goleada. Referência do ataque, Kai Havertz tem 25 anos.
Jovem, mesmo, é o técnico Julian Nagelsmann. O dono da prancheta é dois anos mais novo do que o goleiro Neuer (38). O comandante mandou bem na estreia, mas como escrevi no início da análise, é preciso montar uma formação menos estática e mais capaz de confundir adversários sob pena de passar perrengue a partir da fase eliminatória da competição continental.
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