Fernando Diniz fará hoje às 15h30 na sede da CBF, na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio, a convocação mais criteriosa em 109 anos de Seleção Brasileira no que diz respeito à conduta extracampo. A ordem do presidente Ednaldo Rodrigues é evitar desgastes causados, por exemplo, pela nomeação do atacante Antony e a troca do nome do meia Lucas Paquetá minutos antes de o técnico interino anunciar a lista passada antes da primeira rodada dupla das Eliminatórias para a Copa de 2026.
A CBF determina um pente-fino, praticamente um “nada consta” a fim de não ter surpresas desagradáveis. A primeira convocação de Fernando Diniz tinha pelo menos dois problemas e apenas um foi evitado a tempo. Lucas Paquetá constava na lista, mas estava sendo acusado de participar de um suposto esquema de manipulação de resultados. Ele foi retirado da lista e deu lugar a Raphael Veiga do Palmeiras.
Fernando Diniz chamou o atacante Antony.. O jogador do Manchester United lidava fora dos gramados com denúncias de violência de violência doméstica contra a ex-companheira. Diniz avançou o sinal vermelho e o manteve na convocação. Questionado sobre o problema na entrevista coletiva, considerou o caso “incipiente” àquela altura. No entanto, teve de cortar Antony ao chegar em Belém. A reportagem do UOL teve acesso a áudios e fotos anexadas no inquérito sobre a denúncia de agressão. Antony voava da Inglaterra rumo ao Brasil quando foi comunicado pela CBF do corte. Gabriel Jesus herdou a vaga.
A pedido da Fifa, os técnicos costumam partir de uma lista longa de 38 nomes e selecionar 23 deles. A missão de apurar o comportamento de cada escolhido fora das quatro linhas pertence à comissão técnica curta de Fernando Diniz. Como não há um diretor de seleções desde a demissão de Juninho Paulista, o treinador da Seleção acumula essa tarefa. Portanto, sobrecarga para Fernando Diniz.
O profissional é compartilhado com o Fluminense. Nesta semana, o treinador teve de se concentrar nos duelos com Vasco, Cruzeiro e Internacional, este último pelas semifinais da Libertadores na próxima quarta-feira, e confeccionar uma lista de convocados “ficha limpa” para não causar danos.
Em meio ao malabarismo, há expectativa pela presença de Vinicius Junior na relação para os duelos de outubro contra Venezuela, em Cuiabá, e Uruguai, em Montevidéu. O retorno do meia Lucas Paquetá depende de como Diniz e a CBF avaliam a situação do jogador. Ele continua jogando normalmente pelo West Ham. Entrou em campo no meio de semana na disputa da Europa League. Paralelamente, continua a apuração da suposta participação em esquema de manipulação de resultados.
A CBF tem se engajado em questões sociais como o racismo. A entidade também foi desafiada recentemente a se posicionar sobre o respeito à mulher no episódio de assédio sexual e moral envolvendo o ex-presidente da entidade. Rogério Caboclo foi destituído do cargo depois das denúncias de escândalo. Agora, a cartilha inclui as convocações. Os maus exemplos de ex-jogadores da Seleção como Robinho e Daniel Alves reforçam a cobrança por “ficha limpa” na elaboração da lista.
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