Saiba por que o processo de escolha do novo técnico do Flamengo não é tão simples quanto parece…

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Parece fácil escolher um novo técnico para o Flamengo depois da faxina da última quinta-feira, mas não é tão simples assim… O clube vive tempos de vacas gordas. No ano passado, estalou os dedos para Roger Machado após demitir Zé Ricardo e ouviu “não”. Meses depois, ele preferiu acertar com o Palmeiras. Há nomes razoáveis na praça. Entretanto, antes de qualquer convite, ou até mesmo acerto, será necessário aparar arestas, fechar cicatrizes, até mesmo fumar o cachimbo da paz com alguns profissionais pretendidos pelo que restou do mutilado departamento de futebol rubro-negro.

Cuca é o preferido de parte da cúpula. No entanto, em 2017, o técnico foi ironizado pelo possível patrão, o presidente Eduardo Bandeira de Mello, quando Palmeiras e Flamengo empataram por 2 x 2, na Ilha do Urubu, pelo Campeonato Brasileiro. Chateado com a arbitragem, o mandatário do time carioca disparou: “Tô com pena do Cuca e do Palmeiras. Está certo que o Palmeiras tem sido favorecido pelas arbitragens, mas não sabia que eles tinham o direito de imunidade contra cartões amarelos”. Como acabou de entrar para a política, o virtual candidato a deputado pela Rede, de Marina da Silva, pode justificar aquela alfinetada em Cuca como circunstância de jogo caso consiga contratá-lo. O primeiro título da carreira do técnico foi justamente no Flamengo no Campeonato Carioca de 2009. Neste ano, Cuca já disse não ao Atletico-MG, Inter e São Paulo.

Dorival Júnior é um outro nome disponível no mercado. Foi o primeiro técnico da era Bandeira. Na verdade, ele engoliu a herança da antecessora Patrícia Amorim. O técnico havia livrado o clube do risco de rebaixamento. Demitido no início de 2013, Dorival decidiu acionar o clube na Justiça por causa de pendências trabalhistas. A disputa se arrastava até o ano passado. Portanto, em tese, ao clube pode esbarrar no processo trabalhista.

Vanderlei Luxemburgo amarga cinco meses desempregado. Poderia ser uma opção, mas caiu atirando contra a atual diretoria em 2015. “Quem resolve as coisas é um grupo gestor que não sabe absolutamente nada de futebol. Pode ser competente nas coisas deles, mas não sabe nada de futebol”. Na época, Bandeira de Mello defendia a permanência de Luxemburgo e lamentou ter sido voto vencido no conselho gestor.

Entre os treinadores empregados, Abel Braga foi pretendido pela atual diretoria do Flamengo mais de uma vez. A última delas, após a saída de Reinaldo Rueda. Apesar da limitação técnica, financeira e da eliminação diante do Vasco nas semifinais do Campeonato Carioca, ele parece feliz no Fluminense. A situação de Renato Gaúcho é semelhante. Ele e o Flamengo não escondem o desejo de uma parceria futura, mas, assim como Abel, o atual campeão da Libertadores dificilmente deixaria o Grêmio antes do início de uma decisão de estadual para realizar o sonho de comandar o Fla.

Diante do cenário complexo no mercado, um nome da escola gaúcha pode ganhar força. Bicampeão da Libertadores em 1995 e em 1999, Luiz Felipe Scolari está livre e desimpedido desde a saída do Guangzhou Evergrande. Gente próxima dele conta que ele estaria muito a fim de assumir algum time que dispute a Libertadores. Já foi sondado pelo Atlético-MG, mas a conversa não evoluiu. Para assumir o Flamengo de imediato, ele teria de cancelar compromissos internacionais. Em abril, irá a Bilbao, na Espanha, para um evento sobre Copa do Mundo. Ah, nunca descartem Claudio Caetano Bledorn Verri, o Dunga. Em 2016, Bandeira de Mello chegou a ser chefe de delegação do Brasil, que tinha Dunga como treinador.

Entre os estrangeiros, o colombiano Jorge Luis Pinto, que levou a Costa Rica às quartas de final da Copa de 2014, volta e meia tem o nome ventilado. O argentino Ariel Holan, do Independiente, ganhou fãs na diretoria ao superar o Flamengo na final da Sul-Americana. Edgardo Bauza foi cogitado em outros carnavais e Ramon Diaz, ex-técnico do Paraguai, teria sido oferecido.

Marcos Paulo Lima

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