Entenda por que Nunes e Emerson desistiram de jogar Série D pelo Gama; o atacante explica

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Idas e vindas de negociações financeiras em uma controversa transição na gestão do Gama para as mãos de um grupo terceirizado é o motivo de Emerson e Nunes desistirem de disputar a Série D do Campeonato Brasileiro com a camisa alviverde. O time estreia na quarta divisão em 5 de junho, contra o Jaraguá-GO, e vive uma ebulição nos bastidores. No fim de semana, a demissão do técnico Victor Santana foi o estopim.

Capitão do time no bicampeonato de 2019 e 2020, Emerson, um dos heróis da volta do Juventude à Série A na temporada passada sob o comando do técnico Pintado, está em processo de rescisão do contrato antes mesmo da reestreia. O centroavante Nunes tinha tudo encaminhado para retornar ao alviverde, mas também desistiu.

O blog apurou que a futura parceira do Gama havia se comprometido a assumir uma dívida alta do clube com Emerson e Nunes. Portanto, foi era o pré-requisito para a volta de ambos. No entanto, a empresa teria recuado. Cansados de jogar sem receber — mesmo assim, levaram o time a dois títulos e a segunda melhor campanha entre 64 times na Série D do Campeonato Brasileiro de 2020 — ambos decidiram, desta vez, não pagar para ver.

Em entrevista ao blog, Nunes explica o imbróglio. “A gente tinha uma conversa bem encaminhada. Era para eu voltar para o Estadual (Candangão), mas acabou não dando certo porque não consegui pegar a rescisão no Resende”, conta o jogador.

Segundo Nunes, o descumprimento de um acordo verbal alterou os planos. “A parceria mudou o pensamento dela. Eles assumiriam o clube de vez, mas, agora, ficarão até o fim do ano. Havia possibilidade de parcelar a dívida que o clube tem comigo lá atrás, mas, agora, a parceria virou para mim e disse que não tem como pagar a dívida antiga porque, por enquanto, assumirá só até dezembro. Ficou complicado. O que havíamos acordado não deu certo”, lamentou.

Emerson e Nunes assumiram papel de escudo da diretoria. Ambos eram, ao lado do goleiro Rodrigo Calaça, os responsáveis por domar um vestiário que não acreditava mais nas recorrentes promessas de pagamento feitas e descumpridas pelo clube nas campanhas do bicampeonato candango e na Série D do ano passado. Dessa vez, cansaram.

“Optei por não voltar para não passar o que eu passei lá (no Gama) em dois anos. Eu sei que a parceria não tem nada a ver com o que eu passei, mas é complicado. Eu saí porque não estava recebendo, e voltar sem nada não seria coerente da minha parte, não faria sentido nenhum eu ter saído naquela época e, agora, voltar”, explicou.

Em entrevista ao blog, o presidente Weber Magalhães deu a versão do Gama para o fracasso nas negociações. “O Nunes acertou com o Santo André. Não houve acerto do Emerson com a parceria, não bateu valor com valor”, justificou rapidamente, alegando que estava em reunião.

No domingo, o Gama demitiu o técnico Victor Santana. Ele havia feito milagre. Levou o time ao terceiro lugar no Candangão com um elenco limitado, mas profissional até a eliminação.  O elenco recebeu apenas 15 dias de salário.

Victor Santana comandava a base do clube antes da ida de Vilson Tadei para o Brasiliense, mas não retornará ao processo de formação do clube, que deve ser arrendado a uma parceria — palavrinha que tem causado frio na espinha de algluns dirigentes da capital em tempos de investigação no Ministério Público do Distrito Federal e Territórios e no Tribunal de Justiça Desportiva do Distrito Federal de arrendamentos suspeitos feitos por times nanicos do futebol candango e do Entorno, como Samambaia e Formosa, que seriam o epicentro de supostas manipulações de resultados no Candangão. Portanto, transparência é a arma do negócio. No mínimo.

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Marcos Paulo Lima

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