Eliminado precocemente da Copa do Brasil, atolado na Série C do Campeonato Brasileiro pela quinta temporada consecutiva e em grave crise financeira com dívida de R$ 4,3 mihões com a União, o Remo conta com uma minúscula parte do dinheiro da venda de Rony do Athletico-PR ao Palmeiras para literalmente colocar a casa (Estádio Evandro Almedia, o Baenão) em ordem. O clube estima investir R$ 700 mil no novo sistema de iluminação da arena e espera receber R$ 560 mil por ser o clube formador do atacante de 24 anos. As obras estão em andamento e a expectativa é pela realização do “Jogo da Luz” na estreia azulina na terceira divisão nacional.
Paraense de Magalhães Barata, Rony teve 50% dos direitos econômicos comprados pelo Palmeiras por R$ 28 milhões.O Remo tem direito a uma pequena fatia da transferência amparado pelo Mecanismo de Solidariedade por Formação de Atleta previsto desde o início dos anos 2000 no Regulamento de Transferência das Fifa.
“O cálculo dá 2% de acordo com o nosso departamento jurídico por se tratar de uma negociação nacional. A regra é outra para transações internacionais, um pouco mais”, o presidente Fábio Bentes em entrevista por telefone ao blog.
Logo, o Remo projeta receber rapidamente R$ 560 mil pela negociação. O processo demorou em 2017. O time de Belém precisou juntar uma papelada para provar que formou Rony e dar entrada na Fifa no processo para receber sua parte na venda do jogador do Cruzeiro para o Albirex Niigata. O clube japonês desembolsou R$ 4 milhões e o Remo tinha direito a 5% (R$ 200 mil. Houve impasse burocrático para a o pagamento, como explicou o advogado e diretor de futebol do Remo Marco Antônio Pina, em 2016.
“Existem várias situações com relação a esse caso do Rony. Ele teria sido negociado não pelo Remo, mas pelo próprio atleta com um grupo de investidores, que fizeram o negócio com o Cruzeiro. Estamos fazendo um levantamento da documentação e dos termos da negociação. O Remo não tem o certificado de formação de atletas, que é uma exigência da CBF a partir de 2012. São poucos os clubes do Brasil que possuem. Vamos avaliar tudo isso para saber se o Remo tem direito. Se tiver, nós vamos correr atrás”.
Segundo o atual presidente Fábio Bentes, o Remo recebeu o que tinha direito. O dirigente disse ao blog que ainda não definiu como aplicará os R$ 560 mil da transferência de Rony para o Palmeiras, mas a tendência é que ajude a reformar o sistema de iluminação do Baenão, a casa do Remo. Principal estádio do Pará, o Mangueirão será fechado para reformas após o fim do Estadual. A diretoria fez até campanha batizada de “Jogo da Luz” com a torcida para acelerar os trabalhos a tempo de jogar à noite na Série C do Brasileirão. Por enquanto, a arena só recebe partidas do Remo com luz natural.
O sistema de iluminação é a cereja do bolo após uma série de reformas para recolocar a arena em condições de receber partidas com público: reforço nas vigas das arquibancadas, reforma dos vestiários, construção de novos banheiros, revitalização do gramado e a aquisição de novos alambrados de acrílico, além da instalação de catracas e adequação às normas de acessibilidade e segurança. O estádio tem capacidade para 14 mil pessoas.
Embora esteja em crise, o Remo é um clube tradicional no país. Em 1993, ficou em sétimo lugar no Campeonato Brasileiro. Chegou ao quadrangular semifinal e terminou em último lugar no grupo que tinha Palmeiras, São Paulo e Guarani. O Verdão terminou em primeiro lugar e decidiu o título contra o Vitória-BA, vencedor da chave que tinha Corinthians, Santos e Flamengo. Em 1991, disputou as semifinais da Copa do Brasil contra o Criciúma de Luiz Felipe Scolari e foi eliminado. O time catarinense decidiu a taça contra o Grêmio e levou o título.
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