Anunciado nesta segunda-feira como novo dono da prancheta do Vasco, Ramon Menezes Hubner, de 47 anos, foi colega de pelo menos três treinadores radicados em Brasília que se formaram com ele no CBF Academy, o curso de formação de técnicos da Confederação Brasileira de Futebol. O blog conversou com eles na tentativa de traçar um perfil do profissional escolhido pelo presidente Alexandre Campello para assumir o time. Ramon tem passagem por Anápolis-GO, Guarani-MG, Joinville-SC e Tombense-MG. Ídolo do Gigante da Colina nos tempos de meia, Ramon ganhou o Brasileirão 1997 e a Libertadores 1998.
Ex-técnico do Brasiliense, Marcos Soares era um dos colegas mais próximos de Ramon no curso da CBF. “Ramon foi da minha sala nas licenças A e Pro, mas foi na Pro que nos tornamos mais próximos, inclusive dividindo uma casa com mais alguns amigos como o Coelho (último dezembro), Osmar Loss (dezembro de 2018), Tiago Kosloski (ambos os anos), Fabinho(dezembro de 2018), Rafael Toledo e o Gabriel Magalhães”, lembra.
Marcos Soares aponta o perfil humilde e estudioso de Ramon. “Neste último ano (2019), sentamos o tempo quase todo ao lado um do outro, mais o Tiago Kosloski. Com certeza daí se consolidou uma bela amizade. Ramon é um cara daquele que a gente tem orgulho de conhecer. Apesar de sempre ter os holofotes em cima, ele não deixa em nenhum momento ser levado pela vaidade, trata todos da mesma forma, é humilde ao aprender, gosta de estudar e adquirir mais conhecimento, além de ter uma índole fantástica”, elogia.
No tempo em que esteve com Ramon, Marcos Soares participou de debates táticos com Ramon. “Claro que tivemos a oportunidade de abordar em conversas sobre modelo de jogo ou sistema tático, mas não nos aprofundamos em termos das nossas preferências, e sim no que cada um poderia oferecer de positivo ou negativo”, conta.
Rafael Toledo, outro ex-técnico do Brasiliense, também conviveu com Ramon na CBF Academy. “O Ramon na questão pessoal e profissional é muito acima da média. Uma pessoa diferenciada no trato, no respeito. Não abre mão do profissionalismo. É sério, muito sério. Na questão campo, ele tem a oferecer não só o campo, mas a experiência como jogador de alto nível. Passou pela Seleção Brasileira, tem essa bagagem de atleta, e estuda. O Vasco sabe o que está fazendo ao dar essa oportunidade para ele. Acompanho o trabalho deles desde quando era auxiliar”, testemunha Toledo.
Apesar de sempre ter os holofotes em cima, ele (Ramon) não deixa em nenhum momento ser levado pela vaidade, trata todos da mesma forma, é humilde ao aprender, gosta de estudar e adquirir mais conhecimento, além de ter uma índole fantástica
Marcos Soares, ex-técnico do Brasiliense
Na opinião do treinador, o estilo do Vasco dependerá do material que ele terá nas mãos depois da paralisação devido à pandemia do coronavírus. “Ele vai analisar o grupo. Conhece evidentemente, mas sempre há mudanças nesse período, mas o DNA do Vasco é ofensivo, ele respeitará isso. É um cara competente, identificado com o clube e é ídolo. Espero que a torcida apoie, abrace o Ramon nesse momento em que o Vasco precisa tanto”, diz.
Analista de desempenho do Corinthians, o brasiliense Gabriel Magalhães é outro profissional que conviveu com Ramon. “É um cara moderno, muito estudioso, se dedicava bastante nos treinamentos, nas aulas e vem se aprimorando muito. Sem contar que ele jogou em um nível absurdo. Tem muito conhecimento de vestiário e de jogo. Todas as vezes que troquei ideia com ele, achei muito inteligente. Tem tudo para dar certo”, aposta.
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