Dezesseis jogadores nascidos no Brasil atuam na Russian Premier League, a primeira divisão do Campeonato Russo, mas apenas dois deverão ter o prazer de disputar a Copa de 2018 no país. Um com a camisa do Brasil. O outro, provavelmente em defesa dos donos da casa.
Destaque do Zenit São Petersburgo na temporada de 2016/2017 com 16 gols em 28 jogos, Giuliano é um dos artilheiros da Liga Europa com oito bolas na rede, ao lado de Dzeko, da Roma. Ambos foram eliminados do torneio. Giuliano também lidera o ranking de assistências da segunda competição de clubes mais importante da Europa com seis passes decisivos.
Com passagem por todas as seleções de base, Giuliano é um dos xodós de Tite. A primeira opção para o lugar do titular Paulinho. Quando o volante-artilheiro cumpriu suspensão, Giuliano assumiu a função no meio de campo na goleada por 5 x 0 sobre a Bolívia, em Natal. Giuliano esteve em todas as listas de Tite até o momento. É nome quase certo na Copa.
Mario Fernandes chegou a fazer parte dos planos do técnico Mano Menezes para a Copa de 2014. Convocado para o Superclássico das Américas contra a Argentina em 2011, disse não ao chamado. Alegou “problemas particulares responsáveis por uma alta carga de estresse”.
O jogador trocou o Grêmio pelo CSKA, de Moscou. Naturalizou-se russo. Na última terça-feira, após cumprir os cinco anos de moradia fixa na Rússia, foi convocado pelo técnico Stanislav Cherchesov e sentou-se no banco de reservas na derrota russa por 2 x 0 para a Costa do Marfim em um amistoso internacional.
“Estou feliz e orgulhoso de ser russo. Após me mudar para o CSKA em 2012, a Rússia se tornou um verdadeiro lar para mim. Era um desejo natural obter a cidadania e poder jogar pela equipe nacional. Agora, vou fazer tudo o que depende de mim para ser útil para o clube e para o país”, disse Mario Fernandes em entrevista ao site do CSKA ao comentar a convocação.
Enquanto Giuliano e Mario Fernandes podem se considerar com um pé na Copa de 2018, outros brasileiros são vizinhos do Mundial, mas dificilmente vestirão a camisa de alguma seleção no megaevento. Luiz Adriano, do Spartak Moscou, por exemplo, chegou a ser titular da Seleção na segunda era Dunga. Era uma das alternativas do antecessor de Tite para a escassez de camisas 9. Na era Tite, ainda não foi convocado. Ouso dizer que dificilmente terá chance.
Companheiro de Mario Fernandes no CSKA, Vitinho fez um excelente Campeonato Brasileiro pelo Inter em 2016. O Flamengo tentou contratá-lo, mas o preço elevado o fez retornar à Rússia. Como não faltam atacantes de lado na Seleção — Neymar, Douglas Costa, Willian, Philippe Coutinho, Dudu e Lucas Moura, por exemplo, a chance de Vitinho é quase zero.
Há opções menos conhecidas. Em tempos de caça a um reserva para Gabriel Jesus, o centroavante Jonathas, de 28 anos, briga pela artilharia do Campeonato Russo com Fyodor Smolov, do Krasnodar. O russo contabiliza 11 gols contra 8 do brasileiro. No Brasil, Jonathas, foi revelado pelo Cruzeiro, passou por Ipatinga e Villa Nova e se mandou para a Europa. Em 2007, foi campeão da Copa São Paulo de Futebol Júnior e do Brasileirão Sub-20 pelo Cruzeiro. Pelo AZ Alkmaar, faturou o Campeonato Holandês em 2008/2009 e a Supercopa da Holanda em 2009. Na base da Seleção Brasileira, ganhou a Copa Sendai em 2008.
TÃO PERTO, TÃO LONGE…
Jogadores nascidos no Brasil empregados na Rússia
CSKA: Mario Fernandes* (LD) e Vitinho (A)
Krasnodar: Naldo (Z), Wanderson (A) e Joãozinho (M)
Krylia Sovetov: Nadson (Z)
Lokomotiv: Maicon (A) e Ari (A)
Rubin Kazan: Jonathas (A)
Spartak Moscou: Fernando (M), Luiz Adriano (A) e Maurício (Z)
Terek Grozny: Rodolfo (Z)
Zenit São Petersburgo: Giuliano (M), Maurício (M) e Hernani (M)
*naturalizado russo