Uma das cenas mais bacanas do filme Dois Filhos de Francisco, que conta a trajetória da dupla Zezé di Camargo e Luciano, é quando o patriarca da família chuta a fama de pão duro para escanteio, enfia a mão no bolso, tira dinheiro para sair comprando todas as fichas telefônicas da cidade e distribui aos colegas de trabalho (conhecidos ou não) com um pedido: que eles congestionem as linhas, liguem paras as rádios e peçam a música É o amor, de Camargo e Camarguinho. Ficção ou realidade, exagero ou não, a tática do velho Francisco funciona e a letra consagrada por Zezé di Camargo vai para o topo das paradas do sucesso no país.
Fico imaginando nesta manhã de segunda-feira (11/1) a campanha da família e dos amigos do peito do jogador Wendell Lira para que o Brasil inteiro acesse o site da Fifa, vote no em Wendell Lira e ajude o goiano a desbancar Messi e Florenzi na eleição do Prêmio Puskas — entregue ao gol mais bonito do ano. A história de Wendell Lira lembra demais o dia em que Camargo e Camarguinho conheceram a palavra sucesso.
Depois do gol marcado sobre o Atlético-GO com a camisa do Goianésia, a imagem da obra-prima no Serra Dourada rodou o mundo. Quando foi indicado ao prêmio, por exemplo, estava desempregado. Wendell Lira conta que ganhava R$ 3 mil, R$ 4 mil por mês. Contratado pelo Vila Nova-GO, conseguiu pedir um troquinho a mais graças ao sucesso.
Wendell Lira não tinha roupa de gala para ir ao evento em Zurique. Agora, tem para escolher. Uma loja de roupa masculina de Goianésia chamada Imperial deu dois ternos completos para o jogador em troca de publicidade. O ex-jogador Neto, comentarista e apresentador da Band, também colocou a mão no bolso e presenteou Wendell Lira com trajes à altura do evento.
No filme Dois Filhos de Francisco, Zezé di Camargo leva a mulher, Zilu, a tiracolo para a desconhecida São Paulo em busca da consagração. Wendell Lira tinha direito a uma passagem para acompanhante. Escolheu levar a esposa, Ludmyla. Escolheu até o vestido dela. “Ela vai bonita, ela vai num vestido vermelho longo, eu é que escolhi o dela. Ela queria ir de preto, mas eu acho que preto não é o tom adequado para um momento como esse. O vermelho é um tom vivo, que demonstra paixão e é isso que eu sinto pelo futebol e pela vida”, argumenta.
Na chegada à Europa, onde sonha jogar um dia, Wendell Lira até filosofou. “Futebol é muito complicado, é o único emprego no mundo que você pode dormir pobre e acordar rico e vice-versa”. A essa altura do campeonato, não importa se Wendell Lira vencerá ou não o prêmio Puskas. Independentemente do resultado, é a história do ano no planeta bola. E daria, sim, um bom filme. Toda a sorte do mundo a Wendell Lira daqui a pouco, lá em Zurique.
Enquanto a hora não chega, vou ali usar a minha ficha telefônica, ou melhor, a minha internet para acessar o site da Fifa, clicar no nome de Wendell Lira e ajuda-lo a viver um dia de Camargo e Camarguinho. Aposte todas as suas fichas nele também. Clica aí, vota lá.
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