51927209476_a247144ec4_c Santos festeja triunfo nos pênaltis depois de sufoco no tempo normal. Foto: Ivan Storti/Santos FC Santos festeja triunfo nos pênaltis depois de sufoco no tempo normal. Foto: Ivan Storti/Santos FC

Duas vitórias nos pênaltis em 22 dias: o método importado por Fabián Bustos do Barcelona ao Santos

Publicado em Esporte

Fabián Bustos ganhou duas decisões por pênaltis em 22 dias. Passou sufoco contra o Fluminense-PI, é verdade, mas avançou à terceira fase da Copa do Brasil. Em 16 de fevereiro, o técnico argentino havia classificado o Barcelona de Guayaquil para a terceira fase da Pré-Libertadores ao desbancar o Montevideo City Torque nas últimas consequencias da série válida pela primeira fase eliminatória da Pré-Libertadores 

 

Os triunfos de Fabián Bustos nos pênaltis não são obras do acaso. Enquanto o treinador português do Flamengo, Paulo Sousa, adota como critério na escolha dos batedores quem se sentir melhor, o novo comandante do Santos trata o assunto cientificamente, ou seja, se há possibilidade de disputas da marca da cal, é necessário ter um método: treinar.

 

O treinador tratava o assunto com extrema seriedade no Barcelona e deixou isso claro depois da vitória agoniada contra o Montevideo City Torque. A decisão foi para os pênaltis e o time equatoriano venceu por 8 x 7. “Toda vez que o meu grupo tem uma partida decisiva, eles trabalham nisso. Os jogadores de linha e os goleiros. A eficiência dos meninos foi muito boa”, elogiou. O Barcelona converteu todas as cobranças. 

 

Aos poucos, o torcedor conhece métodos variados de trabalho da legião de técnicos importados contratados por time brasileiros. Paulo Sousa lembra o técnico mais vitorioso da história da LIbertadores. O tetracampeão Carlos Bianchi dava de ombros para os pênaltis. “Nunca treinamos cobrança de pênalti antes de uma final e muito menos preparava lista de quem bateria”, afirmou Bianchi numa época em que os times dele pareciam invencíveis nas decisões por pênaltis. Dos quatro títulos dele, três foram conquistados assim. 

 

“Quando chegava a hora, aproximava-me do grupo, olhava os jogadores nos olhos e aquele que tinha os olhos levantados e não os abaixava, era meu candidato”, revelou um dia em entrevista à imprensa argentina. “Sempre disseram que os pênaltis eram minha especialidade. Isso me diverte. Nunca treinamos. Era questão de intuição e sorte.”

 

Em tempos cada vez mais científicos no futebol, os dirigentes devem pensar inclusive nisso na hora das contratações. Detalhes tão pequenos de grandes decisões estão diretamente ligadas aos conceitos do treinador. Paulo Sousa prefere quem se sinta melhor. Fabián Bustos exige treinamentos à exaustão para evitar surpresas desagradáveis. 

 

 

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