Dos títulos coletivos de Itália, Espanha e Alemanha ao espetáculo individual de Cristiano Ronaldo

Publicado em Esporte
Cristiano Ronaldo, protagonista da primeira grande exibição individual da Copa. Foto: Francisco Paraíso/FPF
Cristiano Ronaldo, primeira grande exibição individual da Copa. Foto: Francisco Paraíso/FPF

 

E há quem siga questionando Cristiano Ronaldo… Amigos, simplesmente não dá. O jogador eleito cinco vezes melhor do mundo foi protagonista de uma das maiores exibições individuais da história das Copas neste segundo dia de Rússia-2018. Não foi diante de qualquer adversário. Era somente a Espanha, ou seja, contra jogadores que estão acostumados a enfrentá-lo nas rotinas de treinamentos, e rodada após rodada no Campeonato Espanhol. Cristiano Ronaldo igualou feitos de Thomas Muller, Miroslav Klose, Gabriel Batistuta e Lazslo Kiss. Todos eles balançaram a rede três vezes na estreia das suas seleções na Copa (leia memória). Impressionante.

Até o duelo com a Espanha, Cristiano Ronaldo tinha apenas três gols em três participações em Copas (2006, 2010 e 2014). As vítimas haviam sido Gana, Coreia do Norte e Irã. Dessa vez, brilhou diante de um adversário fortíssimo e jogou em altíssimo nível para quem tem 33 anos e acaba de disputar uma temporada tão intensa com a camisa do Real Madrid. Em tese, era para estar esgotado fisicamente. Não foi o que você viu em Sochi.

Cristiano Ronaldo lembrou, por exemplo, a exibição de Zinedine Zidane na vitória por 1 x 0 sobre o Brasil nas quartas de final da Copa de 2006, na Alemanha. O meia francês não balançou a rede, como você deve lembrar, mas fez gato e sapato da Seleção Brasileira, com direito a cruzamento para o gol de Henry e chapéu no amigo Ronaldo, o Fenômeno.

A primeira rodada da Copa reservou uma sequência impressionante. Cristiano Ronaldo já deu seu show. Neste sábado, a expectativa é pela exibição de Lionel Messi, que ainda deve um daqueles concertos de gala no Mundial. Será contra a Islândia, no Spartak Stadium, em Moscou? No domingo, é a vez de Neymar pisar no gramado em Rostov, contra a Suíça.

Lembro-me que antes do início da Copa, conversei aqui no blog com o amigo Paulo Vinícius Coelho, o PVC, sobre os favoritos ao título. Ele não citou Portugal, de Cristiano Ronaldo, mas falou no Brasil, na Alemanha, na Espanha, chamou atenção para o que vem jogando a França, e surpreendeu ao apontar Lionel Messi como um dos candidatos ao título, não a Argentina.

De fato, Cristiano Ronaldo pode ter aberto a porta para que essa seja Copa de um cara. Quem sabe de Messi, de Neymar, do próprio Cristiano Ronaldo, de Griezmann… Não é assim desde 2002, quando Ronaldo fez oito gols na campanha do penta — dois deles na finalíssima diante da Alemanha. Os últimos três campeões mundiais fizeram do futebol coletivo o maior triunfo para chegar ao título. Foi assim com Itália (2006), Espanha (2010) e Alemanha (2014). Em vez do individualismo, brilhou o trabalho coletivo das seleções.

Aguardemos as cenas dos próximos capítulos na Copa…

 

MEMÓRIA

Eles fizeram três gols no jogo de estreia das seleções na Copa

» Thomas Muller (2014)

Fez três dos quatro gols da Alemanha na goleada sobre Portugal em 2014, no Brasil.

» Miroslav Klose (2002)

Marcou três dos oito gols na golada da Alemanha sobre a Arábia Saudita na Copa da Coreia do Sul e do Japão.

» Gabriel Batistuta (1994)

Fez três dos quatro gols da Argentina na goleada por 4 x 0 sobre a Grécia na primeira rodada da Copa dos Estados Unidos.

» Lazslo Kiss (1982)

Autor de três gols no massacre da Hungria sobre El Salvador, por 10 x 1, na Copa de 1982.

 

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