Palco mais de shows do que de futebol de alto nível no fim do ano passado, o gramado do Mané Garrincha passou por um tratamento intensivo para receber a Supercopa do Brasil neste sábado, às 16h30. Cobrada constantemente por padrão de excelência até mesmo em jogos da Seleção, a CBF pressionou por um tapete à altura do tira-teima entre os atuais campeões da Série A (Palmeiras) e da Copa do Brasil (Flamengo). O blog apurou que os responsáveis pela fiscalização consideram o piso “bem bom” para o clássico de amanhã.
Embora seja o estádio mais caro entre os erguidos para a Copa do Mundo de 2014 no Brasil, o Mané Garrincha tem o gramado questionado desde a estreia da Seleção na extinta Copa das Confederações contra o Japão, em 2013. Houve reclamações até na Copa do Mundo. Em 2020, a Comissão Nacional de Inspeção de Estádios (CNIE), órgão da Diretoria de Competições da CBF, deu nota 6,1 para o carpete da principal arena candanga em uma vistoria realizada pela equipe técnica da entidade. O grupo alegou que não haveria mudança significativa no piso do Mané Garrincha até a realização da partida contra a Venezuela pelas Eliminatórias para a Copa de 2022 e levou o jogo à época para o Morumbi.
Sem condição plena de jogo na virada do ano, o piso passou por pelo menos quatro processos a toque de caixa neste mês de janeiro executados pela firma especializada Greenleaf, parceira da Arena BSB: revitalização, top dressing, corte vertical agressivo, descompactação do solo e aeração. Houve replantio de grama no meio. Aos poucos, com a evolução dos processos, o reparo foi sumindo e retomando a forma ideal.
O corte vertical agressivo, em outras palavras, é mais ou menos como raspar o cabelo todo. A partir disso, de acordo com engenheiros agrônomos ouvidos pelo blog, todas as depressões do micronivelamento ficam mais aparentes.
Depois disso, entra em cena o top dressing, a colocação por meio de uma máquina holandesa de espalhamento homogêneo de areia por todo o campo. Na sequência, é utilizada uma escova e a areia começa a preencher as pequenas depressões apontadas pela corte vertical agressivo. A areia penetra, preenche e deixa a superfície lisa. Com isso, o gramado vai se refazendo até atingir 100%, ou seja, o ponto de excelência.
Por fim, entra em cena a aeração para descompactar o gramado quando ele está muito duro. Posteriormente a um show ou vários jogos em sequência, esse procedimento entra em cena para que a sensação de dureza e a compactação do gramado caia. São usados vários pinos com uma máquina holandesa chamada vert green. Ela fura o campo todo com intervalos de 5 centímetros entre cada furo de todo o piso e torna possível mexer no solo.
Quando o jogador pisa no gramado, sente um pouco mais macio do que em uma situação normal. Isso contribui, por exemplo, para que a bola não fique tão viva como costumam reclamar os artistas do espetáculo no contato com o campo. A avaliação de especialistas, inclusive de jogadores, é que o gramado do Mané Garrincha está bom. Veremos amanhã quando a bola rolar.
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