Renato Gaúcho e o carinho do elenco do Grêmio: quatro anos de trabalho. Foto: Lucas Uebel/Grêmio Renato Gaúcho e o carinho do elenco do Grêmio: quatro anos de trabalho. Foto: Lucas Uebel/Grêmio

Dos oito técnicos das quartas da Libertadores, só dois estão no emprego há mais de um ano

Publicado em Esporte

Dos 16 times das oitavas de final da Libertadores, cinco trocaram de técnico no torneio. Três brasileiros. Athletico-PR e Flamengo foram eliminados por River Plate e Racing, respectivamente. O Internacional está por um triz depois da derrota por 1 x 0 para o Boca Juniors, no Beira-Rio. Nacional do Uruguai e Libertad do Paraguai avançaram às quartas. Dos sete profissionais garantidos na próxima fase, cinco não têm um ano de trabalho. As exceções são Marcelo Gallardo e Renato Gaúcho. O líder do River Plate ocupa o cargo desde junho de 2014. O comandante do Grêmio resiste há quatro temporadas.

Futebol não é ciência exata. Longe disso. No ano passado, o Flamengo conquistou o bi depois de trocar o comandante ao término da primeira fase. Abel Braga saiu, Jorge Jesus assumiu nas oitavas e levou o clube carioca ao título contra o River Plate com cinco meses de trabalho. Há casos como o de Celso Roth. Estreou no Inter nas semifinais e conquistou o título de 2010.

Tempo de trabalho não garante sucesso. Porém, na maioria das vezes, é sinônimo de competitividade e regularidade. Marcelo Gallardo comanda o River Plate desde 6 de junho de 2014. Em seis anos e meio, brindou o clube com dois títulos da Libertadores (2015 e 2018) e foi vice-campeão no ano passado. Na pior campanha, foi eliminado nas oitavas em 2016. Está entre os oito após superar um Athletico-PR mutilado por infecções causadas pela covid-19.

Segundo técnico mais longevo desta edição da Libertadores, Renato Gaúcho assumiu o Grêmio em 18 de setembro de 2016. Um ano depois, recompensou o clube com o tricampeonato. Nesta quinta, consolidou a classificação para as quartas com mais uma vitória por 2 x 0 sobre o Guaraní. Antes desta campanha, Renato chegou às semifinais em 2018 e 2019 e arrematou a taça em 2017.

 

Tempo de serviço dos candidatos ao título

  • Marcelo Gallardo (River Plate) – desde 6/6/2014
  • Renato Gaúcho (Grêmio) – desde 18/9/2016
  • Sebastián Beccacece (Racing) – 1/1/2020
  • Miguel Ángel Russo* (Boca Juniors) – 1/1/2020
  • Cuca (Santos) – 7/8/2020
  • Gustavo Morinigo (Libertad) – 24/9/2020
  • Jorge Giordano (Nacional) – 16/10/2020
  • Abel Ferreira (Palmeiras) – desde 4/11/2020
  • Abel Braga* (Internacional) – 10/11/2020

*Disputa a última vaga às quartas no duelo entre Boca e Inter

 

Sebastián Beccacece tem 11 meses de trabalho no Racing. Muito mais do que os 21 dias de Rogério Ceni no Flamengo na eliminação nos pênaltis contra o time argentino. O Nacional de Montevidéu despediu Gustavo Munúa. Jorge Giordano assumiu a prancheta em 16 de outubro e despachou um dos favoritos, o Independiente del Valle, nos pênaltis. Miguel Ángel Ramírez, que rejeitou oferta do Palmeiras em nome da continuidade do trabalho, comanda o clube equatoriano desde 7 de maio de 2019. Cuca assumiu o Santos em agosto. Três meses depois, bate o ponto nas quartas de final.

O Palmeiras é outro caso à parte. O técnico português Abel Ferreira marchou rumo às quartas de final com menos de um mês de trabalho. Assumiu em 4 de novembro e confirmou vaga para a próxima fase nesta quarta, 2 de dezembro. Miguel Ángel Russo retornou ao Boca Juniors em 1º de janeiro. Largou em vantagem contra Abel — no cargo desde 10 de novembro.

Tempo, tempo, tempo, tempo… Parece segredo do sucesso no futebol. Só que não. Ele também é traiçoeiro. Pode levar técnicos longevos como Marcelo Gallardo ou Renato Gaúcho à glória eterna, como diz o slogan da Libertadores, ou consagrar quem chegou outro dia e nem sabe se fica, como Abel Braga. Afinal, ele ainda tem chance de evitar a eliminação do Inter na volta.

 

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