O futebol costuma ser mais seleto do que se imagina com quem escolheu a missão inglória de atuar debaixo das traves. O blog levantou quem foram os 40 goleiros que participaram do Mundial Sub-17 como titulares ou reservas da Seleção Brasileira. Apenas três realizaram o sonho de figurar na Copa do Mundo: Carlos Germano, Julio Cesar e Alisson. Somente Julio e Alisson disputaram o principal torneio de seleções do planeta no papel de dono da posição. A pesquisa descarta obviamente arqueiros das edições de 2017 e 2019, ou seja, que ainda estão abaixo dos 20 anos. O mais jovem da posição a ir para a Copa foi Emerson Leão. Ele tinha 20 anos quando foi reserva da Seleção Brasileira na campanha do tri, em 1970.
Reserva de Taffarel na Copa do Mundo de 1998, na França, Carlos Germano, cria do Vasco, era o camisa 1 do Brasil no Mundial Sub-17 de 1987, no Canadá. A Seleção não passou da primeira fase em um grupo contra França, Arábia Saudita e Austrália. O elenco comandado por José Teixeira contava, entre outros, com Rogério Lourenço, Paulo Nunes, Pintado, Bentinho.
“Todos são referência, foram grandes goleiros, marcaram gerações na Seleção. São atletas que eu admiro muito e uso como inspiração para trilhar um caminho como o dele”
Matheus Donelli, goleiro titular da Seleção Sub-17, em entrevista ao blog sobre Carlos Germano, Julio Cesar e Alisson
Julio Cesar foi titular no Mundial Sub-17 de 1995, no Equador. A geração de Juan, Fábio Aurélio e Renato chegou à final contra Gana, porém, perdeu a decisão do título por 3 x 2. Onze anos depois, a cria do Flamengo era um dos reservas de Dida e Rogério Ceni na Copa da Alemanha. Na sequência foi titular nas edições de 2010, na África do Sul, e de 2014, no Brasil.
Alisson teve a missão de defender a meta do Brasil no Mundial Sub-17 de 2009, na Nigéria. O elenco também contava com Neymar, Philippe Coutinho e Casemiro. A Seleção de Lucho Nizzo se despediu precocemente numa chave que tinha Japão, México e Suíça.
Segundo goleiro menos vazado da primeira fase em 2019, Matheus Donelli é a aposta da vez. Em entrevista ao blog após a vitória sobre a Nova Zelândia na segunda rodada da fase de grupos, o jogador do Corinthians ficou assustado ao saber que apenas Carlos Germano, Julio Cesar e Alisson chegaram à Copa do Mundo e planeja ser o quarto.
“Esse é o nosso principal sonho, fazer história pelo nosso país, marcar o nosso nome na história”, disse o candidato a herói na decisão por pênaltis caso o Brasil empate no tempo normal e na prorrogação com o Chile nesta quarta-feira, às 20h, no Bezerrão, pelas oitavas.
Matheus Donelli admite a pressão para alcançar o sonho de saltar para a Seleção Sub-20 e depois abrir pontas nas seleções olímpica e principal. “A responsabilidade faz parte, é o que torna o futebol gostoso. Estamos acostumados com esses desafios. Temos que nos adaptar e levar com naturalidade”, respondeu.
Sobre Carlos Germano, Julio Cesar e Alisson, o titular da Seleção Sub-17 se rende ao trio. “Todos são referência, foram grandes goleiros, marcaram gerações na Seleção. São atletas que eu admiro muito e uso como inspiração para trilhar um caminho como o dele”, disse Matheus.
O ídolo do goleiro do Corinthians não é Carlos Germano, Julio Cesar nem Alisson. O cara para ele é Cássio, reserva de Alisson e Ederson na Copa do Mundo da Rússia. “Eu compartilho o dia a dia com ele. É um cara fantástico dentro e fora dos gramados, que me ensina muito e eu aprendo com ele. É o cara que levo como inspiração”, revelou Donelli.
A julgar pelo marketing, o goleiro titular da Seleção Sub-17 tem tudo par ser, em breve, um dos grandes nomes da posição no país. Para se ter uma ideia, ele usava um par de luvas da grife alemã Puma durante a entrevista. “Sou patrocinado por ela há três anos”, contou. Matheus Donelli tem até um fã em Brasília: o menino Arthur, recebido por ele em um treino na capital (assista ao vídeo).
LINHA DO TEMPO
Goleiros do Brasil no Mundial Sub-17. Em destaque, os que foram à Copa
1985: Palmieri (Bangu) e Fernando (Flamengo) 1987: Carlos Germano (Vasco) e Leo (Ponte Preta) 1989: Helbert (XV de Jaú) e Jorcey (Flamengo) 1991: Fábio Noronho (Flamengo) e Carlão (Guarani) 1995: Julio Cesar (Flamengo) e Yamada (Corinthians) 1997: Fábio (União Bandeirante) e Raniere (América-MG) 1999: Rubinho (Corinthians) e Diego Cavalieri (Palmeiras) 2001: Felipe (Vitória), Thiago (Atlético-MG) e Marcelo Marinho (Corinthians) 2003: Bruno Landgraf (São Paulo), Marcelo Lomba (Flamengo) e Walisson (Guarani) 2005: Felipe (Santos) e Luiz Carlos (Internacional) 2007: Marcelo Carné (Flamengo), Renan Ribeiro (Atlético-MG) e Leonardo (São Paulo) 2009: Alisson (Internacional), Luis Guilherme (Botafogo) e André (Corinthians) 2011: Charles (Cruzeiro), Uilson (Atlético-MG) e Jacsson (Internacional) 2013: Marcos (Fluminense), Thiago (Flamengo) e Gabriel Bubniack (Coritiba) 2015: Juliano (Atlético-PR), Lucas Romão (Cruzeiro) Gabriel Batista (Flamengo) 2017: Gabriel Brazão (Cruzeiro), Lucas Alexandre (Vasco) e Yuri Sena (Vitória) 2019: Matheus Donelli (Corinthians), Marcelo Pitalunga (Fluminense) e Cristian (Atlético-MG)
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