52252420483_41edb488c9_c Victor Hugo: alegria de quem fez um trevo na cabeça de Dorival Júnior. Foto: Marcelo Cortes/Flamengo Victor Hugo e a alegria de quem colocou um trevo na cabeça de Dorival Júnior. Foto: Marcelo Cortes/Flamengo

Dorival Júnior descomplica o que Paulo Sousa complicou e monta dois Flamengos em 50 dias

Publicado em Esporte

Dorival Júnior foi anunciado oficialmente como sucessor de Paulo Sousa em 10 de junho. Completou 50 dias no cargo neste sábado na goleada por 4 x 1 contra o Atlético-GO. O técnico brasileiro pode encerrar a temporada de mãos abanando, faz parte do jogo, mas mostra até aqui uma enorme habilidade para descomplicar o que o antecessor insistia em complicar. A comparação entre os dois trabalhos a essa altura é constrangedora.   

 

Goste você ou não, Dorival Júnior conseguiu explorar a fartura oferecida pelo elenco do Flamengo e montou a toque de caixa dois times competitivos para manter o time vivo na maratona do Brasileirão, na Copa do Brasil e na Libertadores. Tudo pode virar um castelo de areia em caso de eliminação contra Athletico-PR e/ou Corinthians nas quartas de final dos dois torneios disputados no sistema de mata-mata, porém o trabalho é competente. 

 

Uma das razões do sucesso de Dorival é não inventar moda. Ele nem tem tempo para isso. O sistema de jogo dos times principal e reserva ou misto são simples, objetivos e sem as ideias rebuscadas e em certos momentos confusas de Paulo Sousa. Se Marinho chegou a ser ala-esquerdo com o português, com o brasileiro ele é ponta-direita e acabou. Leve, livre, solto e feliz, o atacante balançou a rede pela segunda vez na vitória deste sábado. Antes, ele havia marcado na vitória contra o América-MG, por 3 x 0, também no Maracanã. 

 

O ataque sem centroavante usado no início da partida tinha Everton Cebolinha atuando nas quebradas em que mais se sente feliz, ou seja, aberto na ponta-esquerda em um 4-3-3 com a posse de bola e no 4-4-2 na recomposição defensiva. Dorival também dá moral a Lázaro. O menino do Ninho formou o trio de ataque com Marinho e Cebolinha e deixou o dele. Assim como na vitória contra o Juventude, em Brasília, ele soube aproveitar a oportunidade.

 

Em meio a tanta pressão por resultados, Dorival potencializa jovens da base. A exibição de Victor Hugo fez valer o ingresso desembolsado por 60 mil pagantes no Maracanã. Que atuação ao lado de cobras criadas como Diego Ribas e Vidal. Aos 18 anos, o “moleque” participou diretamente das tramas de três gols. Certamente ele colocou um trevo na cabeça do técnico. Principalmente para a volta contra o Athletico-PR, na Arena da Baixada. Quem sabe não pinta como surpresa contra o Corinthians, terça-feira, na Neo Química Arena.

 

O Flamengo dorme no G-4 e pode até passar a semana nele se outros dois Atléticos não vencerem. O Mineiro visitará o Internacional e o Paranaense receberá o São Paulo. Na pior das hipóteses, o time carioca ficará no G-6. A distância de nove pontos em relação ao líder Palmeiras perdura. Não é culpa do Dorival. Ele administra o passivo da Era Paulo Sousa.  

 

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