Do Rei Pelé ao pentacampeão Lúcio: os jogadores de futebol que conduziram a tocha olímpica

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A relação entre a Fifa e o COI nunca foi das melhores, mas o Comitê Olímpico Internacional sempre teve mais consideração e respeito do que gratidão aos boleiros a cada quatro anos, no revezamento da tocha olímpica. O futebol jamais deu aos Jogos a devida importância. Em Atenas-1896 e Los Angeles-1932 nem houve torneio. Ao longo da história, a Fifa limitou idade, autorizou o acesso à competição apenas a jogadores que não tinham no currículo participação na Copa do Mundo e hoje libera considera o torneio Sub-23, admitido só três convocados acima dessa faixa etária. Ainda assim, o torneio não consta no calendário da Fifa e a cessão dos atletas é sempre uma queda de braço.

Enquanto a Fifa faz de tudo para minimizar a importância dos Jogos, os comitês organizadores da Olimpíadas contra-atacam valorizando no revezamento da tocha astros do mundo da bola que nem sempre participaram do megaevento. Não é o caso de Lúcio. Atleta em Sydney-2000, o brasiliense foi campeão da Copa do Mundo em 2002, da Copa das Confederações em 2005 e em 2009, da Liga dos Campeões da Europa e do Mundial de Clubes da Fifa em 2010. Terceiro jogador que mais vestiu a camisa da Seleção Brasileira, Lúcio entrará nesta terça-feira, no Estádio Mané Garrincha, em Brasília, no seleto grupo dos jogadores de futebol tiveram o privilégio de conduzir a chama olímpica.

A menos de 100 dias dos Jogos de Atenas-2004, por exemplo, Edson Arantes do Nascimento, o Rei Pelé, acendeu e conduziu a tocha na passagem do fogo simbólico pelo Rio. O maior craque de todos os tempos se emocionou. “Nunca pude participar de uma Olimpíada e uma das minhas maiores frustrações era não ter dado uma medalha de ouro para o futebol do Brasil, mas acredito que Deus agora está me dando esta oportunidade, que é tão importante quanto a medalha”, disse Pelé há 12 anos, antes de sair com a tocha.

Arthur Antunes Coimbra, o Zico, Romário (prata em Seul-1988), Ronaldo (bronze em Atlanta-1996) e Mario Jorge Lobo Zagallo também fizeram parte do revezamento de 2004 no Rio. No revezamento de Pequim-2008, Diego Armando Maradona foi convidado para desfilar com a tocha em Buenos Aires, mas estava na Cidade do México e alegou compromissos particulares.

Em Londres-2012, ingleses campeões mundiais como os irmãos Jack e Bobby Charlton e o goleiro Gordon Banks participaram do revezamento da chama olímpica. O centroavante Didier Drogba, jogador do Chelsea à época, entrou na festa representando a Costa do Marfim e o clube londrino. David Beckham, Gary Lineker e Valderrama também conduziram a tocha.

Representante do futebol na festa desta terça-feira na capital do país, Lúcio não conquistou medalha, mas participou dos Jogos Olímpicos de Sydney-2000. Era um dos zagueiros Sub-23 do técnico Vanderlei Luxemburgo na eliminação diante de Camarões nas quartas de final. A passagem da tocha às mãos de Lúcio deve ser um dos pontos altos na passagem do fogo simbólico por Brasília. O zagueiro receberá a tocha no centro do gramado do Estádio Nacional Mané Garrincha. Um bombeiro descerá de rapel do helicóptero e entregará o ícone olímpico ao pentacampeão mundial.

“Jamais imaginava viver esses momentos marcantes para mim e o nosso país. Agradeço muito a Deus por tudo o que tem feito na minha vida e família. Eu também sou grato por ter aproveitado muito bem as chances que recebi. Estou muito feliz de participar desse momento como um dos condutores da tocha. Acho que vai ser uma emoção tremenda”, afirmou Lúcio em entrevista ao blog.

Marcos Paulo Lima

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