Diego Costa é herói de um inesquecível Atlético. O de Madrid. Era temporada 2013/2014. O time da capital espanhola não conquistava La Liga havia 18 anos. Lá estava o sergipano pé-quente para tirar o time do xará Simeone da fila e quebrar a alternância de Barcelona e Real Madrid no poder. O centroavante colaborou à época com 37 gols em 35 jogos. Desempenho inferior apenas ao dos extraterrestres Lionel Messi (28) e Cristiano Ronaldo (31).
Autor do primeiro gol na vitória por 3 x 0 sobre o Corinthians nesta quarta-feira, no Mineirão, Diego Costa parece predestinado a quebrar jejuns de Atléticos. O do Galo dura 50 anos, mas a areia da ampulheta cai aceleradamente rumo ao fim da espera. Questão de dias, rodadas para uma festa que a massa só testemunhou na Série A no longínquo ano de 1971.
Guardadas as devidas proporções, Diego Costa levou para o Atlético-MG um pouquinho do espírito daquele Atlético de Madrid. Guerreiro. Disposto a destruir hegemonias. Barcelona e Real Madrid alternaram-se no poder de 2005 a 2013. Os concorrente Flamengo e Palmeiras imperam no Brasileirão há cinco temporadas. O alviverde levou a taça em 2016 e 2018. O rubro-negro, em 2019 e 2020. Diego Costa desembarcou na Cidade do Galo para ajudar a mudar a história. Pegou o bonde andando, mas os quatro gols e uma assistência em 10 jogos no Campeonato Brasileiro são importantíssimos na batalha pelo fim da agonia de meio século.
O matador tem na campanha do Atlético-MG a relevância de Filipe Luís na conquista do bicampeonato do Flamengo em 2019 e 2020. O lateral-esquerdo havia deixado o Atlético de Madrid. Portanto, conhecia o peso da fila. O time carioca amargava 10 anos de jejum. Ele injetou uma dose de frieza na veia da trupe comandada à época por Jorge Jesus. Assim tem sido, também, Diego Costa na excelente campanha do Galo neste Brasileirão.
Humilde, Diego Costa sabe qual é seu lugar na engrenagem do Atlético-MG. Não chegou para ser o protagonista. Esse papel pertence a Hulk em 2021. Ele pode até virar dono do time na próxima temporada, mas, por enquanto, aceita numa boa a função de coadjuvante em um elenco cujo jogador mais estrelado era o atacante espanhol David Villa.
Com a ajuda de Diego Costa, o Atlético-MG se impôs contra o Corinthians e fez uma das melhores exibições no ano. Simplesmente não deu chance para o emergente e promissor adversário. O Galo jogou bola como na vitória sobre o River Plate na Libertadores e contra o Fortaleza nas quartas de final da Libertadores. Acima de tudo isso vale destacar a simbiose do Atlético-MG com a torcida, no Mineirão. Quando há sintonia entre o que acontece dentro das quatro linhas e fora dele, ou seja, nas arquibancadas.
Siga no Twitter: @marcospaulolima
Siga no Instagram: @marcospaulolimadf