CX Festa para o gol de Cleiton Xavier: Palmeiras mais perto do titulo. Foto: César Grecco/Ag Palmeiras/Divulgação

Dez pitacos sobre futebol candango, nacional e internacional no fim de semana da bola

Publicado em Esporte
  1. Cheiro verde

O Palmeiras é líder do Campeonato Brasileiro há 25 rodadas consecutivas. Entre os concorrentes mais próximos — Santos, Flamengo e Atlético-MG — nenhum foi primeiro colocado sequer uma vez. Cinco times chegaram à 34ª rodada com seis pontos de vantagem. Todos foram campeões. Então, torcedor alviverde, não seja Tomé. Prepare a faixa e saia da fila: o jejum de 22 anos sem título na Série A — ganhou a Série B do Brasileirão em 2003 — está com os dias contados. Ouso até arriscar que a festa vai ser antes da última rodada. Mais do que merecido. Aliás, expliquei no post anterior por que o cheirinho do hepta inventado pela torcida do Flamengo virou definitivamente cheiro verde na reta final da competição.

 

  1. Peixada

Novo vice-líder do Campeonato Brasileiro, o Santos é uma espécie de traíra: dá toda a pinta de que pode brigar pelo título, mas desaponta, principalmente, nas partidas fora de casa. Venceu a Ponte Preta em Campinas, é verdade, mas não é regra. Independentemente de o Peixe terminar dentro ou fora do G-3, elogios ao trabalho do técnico Dorival Júnior. Ao que parece, o Santos é a casa dele. Passou por vários clubes grandes do país, mas é na Vila Belmiro que ele se sente mais confortável. Belíssima campanha superando inúmeras convocações de jogadores para as seleções sub-20, olímpica e principal. Ainda assim, é o segundo colocado. E com um detalhe: não perdeu nenhum jogo para o Palmeiras: 1 x 1 em São Paulo e 1 x 0 em Santos.

 

  1. Carniça

Tá cheirando mal a campanha do Flamengo na reta final do Campeonato Brasileiro. Depois de uma bela campanha fazendo turnê pelo Brasil, o time carioca brigou para voltar ao Maracanã, usou time misto na Copa Sul-Americana para priorizar a briga pelo hepta e ter as semanas livres e perdeu o gás. Nas últimas cinco rodadas, foram cinco clássicos, ou seja, 15 pontos disputados, e o Urubu só faturou seis! Impossível brigar pelo título assim. Na minha opinião, Zé Ricardo fez um bom trabalho, sim. Longe de crucifica-lo. Mas faltou experiência na reta final. Fez muitas lambanças e deixou o time previsível no 4-2-3-1 com pontas abertos. Todos os movimentos rubro-negros foram friamente calculados pelos rivais e o time não se reinventou.

 

  1. Cabeça de galo

Vai entender o que se passa na cabeça do técnico Marcelo Oliveira. Numa boa, com o elenco que ele tem nas mãos, é para arriscar tudo tanto no Campeonato Brasileiro quanto na Copa do Brasil. Nada de poupar. Perdeu para o Coritiba no Couto Pereira e desperdiçou a chance de ultrapassar o Flamengo, entrar no G-3 e jogar a final contra o Grêmio com a cabeça fria. Numa boa, o Atlético-MG está correndo o risco de repetir o que fez o Santos no ano passado. Priorizou a final da Copa do Brasil e ficou fora da Libertadores nos dois torneios. A sorte do Galo é que, como quarto colocado, vai disputar, no mínimo, a Pré-Libertadores.

 

  1. Churrasco e bom chimarrão

Que fim de ano os deuses (tricolores) da bola estão reservando para a torcida do Grêmio, hein… Imagina o time campeão da Copa do Brasil em cima do Atlético-MG e o arquirrival Internacional rebaixado pela primeira vez para a segunda divisão. A rodada foi péssima para o colorado. Ao que parece, vai brigar mano a mano até a última rodada com o Vitória para não cair. Espírito de luta para evitar a queda não falta. Futebol, sim. Demais até.

 

  1. Paulistinha

Que cardápio do torcedor do São Paulo no jantar de sábado: quase um ano depois de apanhar por 6 x 1 do Corinthians na Arena, o tricolor faz 4 x 0 no Morumbi. A goleada causou uma indigestão danada no Corinthians. Oswaldo de Oliveira comete um velho erro. Assume o time, diz que dá para fazer milagre — foi assim na coletiva imponente de apresentação — e três, quatro jogos depois descobre que o time precisa de reforços para a próxima temporada. O São Paulo tem uma molecada promissora para 2017. E o Corinthians, uma casa bagunçada.

 

  1. Panela velha…

Que trabalho do técnico Paulo César Carpegianni à frente do Coritiba. O clube era praticamente um dos condenados ao rebaixamento para a segunda divisão. Não cai mais e quase chegou às semifinais da Copa Sul-Americana. Também no Paraná, outro técnico veterano, Paulo Autuori, vai aproximando o Atlético-PR da Libertadores. Vacilou neste fim de semana ao perder para o Vitória, é verdade, mas está chegando… Enquanto isso, o Fluminense mandou Levir Culpi para escanteio. Na minha opinião, o “burro de sorte”, título de um livro do técnico, fez até milagre com um elenco tão fraco. Levir dava sinais de desgaste, a torcida não queria mais, porém, a diretoria insistia. Só dispensou para dar satisfação política em tempo de corrida eleitoral nas Laranjeiras.

 

  1. Pequi

Bicampeão da Série C em 1990 e 2008, o Atlético-GO está próximo de conquistar a Série B. Belíssima campanha da trupe liderada pelo bom técnico Marcelo Cabo. Seis pontos de vantagem sobre o até então favoritíssimo Vasco é muita coisa. A briga pelas últimas três vagas promete ser uma atração à parte. A quatro rodadas do fim, Vasco, Avaí e Bahia estão no G-4, mas pressionados Náutico, Londrina e até mesmo o CRB, que tem o direito de sonhar.

 

  1. Cozidão

No mundo globalizado do futebol internacional é assim: o alemão Jürgen Klopp é líder do Campeonato Inglês à frente do Liverpool. O italiano Carlo Ancelotti manda no Alemão pelo Bayern de Munique. O francês Zinedine Zidane comanda o Real Madrid, primeiro colocado no Campeonato Espanhol. O suíço Patrice Favre é o responsável pelo sucesso do Nice, de Balotelli, no Campeonato Francês. O único santo de casa entre os técnicos das cinco principais ligas da Europa é o Massimiliano Allegri, da Juventus, no Campeonato Italiano.

 

  1. Gula

Bacana o arbitral do Candangão, a divulgação da tabela, tudo muito bem, tudo muito bom, mas continuo achando um absurdo dos absurdos 12 times na primeira divisão local. É quase a mesma quantidade do Paulistão, que reduziu de 20 para 16. Com um detalhe: não temos clubes de verdade sequer para disputar um quadrangular. Como mostrou recentemente uma matéria do amigo Vítor de Moraes no Correio Braziliense, o presidente de um clube está preso, o outro vendeu o Brasília e o Gama passa o pires à espera de um parceiro com dinheiro. O atual campeão, Ceilândia, se vira como pode, o Dom Pedro virou Real e passou a ser bancado pelo ex-dono do Brasília. Enfim… É muita pindaíba para um torneio ter 12 participantes! Para mim, seis, no máximo oito é o ideal. E olhe lá…