A surpreendente derrota do governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha, na tentativa frustrada de derrubar a determinação do Tribunal Regional Federal 1ª Região de novo lockdown na capital do país forçou a CBF a, no mínimo, convocar um “gabinete de crise” na madrugada a fim de traçar alternativas se quiser colocar os campeões do Brasileirão, Flamengo, e da Copa do Brasil, Palmeiras, em campo neste domingo, às 11h, no Mané Garrincha, na decisão da Supercopa do Brasil.
Rubro-negro assumido, Ibaneis estava invicto. Advogado, o chefe do executivo local e sua seleção de juristas só acumulava conquistas nas batalhas de liminares no TRF. Desta vez, algo deu errado. Ele perdeu e precisou recorrer ao Superior Tribunal de Justiça (STJ). Por sinal, onde tanto ele quanto a CBF transitam muito bem (logo explico). O GDF aguarda um parecer na manhã desta sexta-feira. Depois de sugerir a presença de 7 mil agentes de saúde vacinados contra Covid-19 no Mané Garricha, ou seja, 10% da capacidade do estádio — e ser freado pela CBF —, o governador luta para evitar o mico de perder a Supercopa para outra praça.
Qual praça? Eis a questão!
Como informa o post anterior, A CBF confia na reversão do caso e evita falar em alternativas. A questão é que Flamengo e Palmeiras estão de malas prontas para desembarcar nesta sexta em Brasília. As duas delegações arriscam chegar sem saber se haverá jogo em Brasília. Uma alternativa emergencial numa hipotética derrota no STJ seria levar o circo da Supercopa para a vizinha Goiânia. Afinal, a bola está rolando por lá. O Vila Nova acaba de despachar o Juventude da Copa do Brasil.
Há pelo menos dois estádios em condição de receber a Supercopa: o Olímpico, casa do Atlético-GO no Brasileirão, e o Serrinha, do Goiás. Ambos acolheram o Mundial Sub-17 da Fifa, em 2019. O deslocamento entre as duas cidades é rápido. Em janeiro, o Flamengo veio de ônibus para Brasília depois de enfrentar o Goiás pela Série A. O Rio reabre nesta sexta para o futebol, porém, é a casa do Flamengo. São Paulo aguarda liberação para retomada do Estadual neste fim de semana, no entanto, o Palmeiras é de lá. Apesar da ausência de público, a CBF não abre mão de campo neutro. Brasília preenche o pré-requisito.
Adiar o evento vendido a patrocinadores e ao Grupo Globo, detentor dos direitos de transmissão da partida, também parece fora de cogitação. Na dúvida, o GDF e a CBF devem aguardar o parecer do STJ. Ouso dizer que será favorável. A relação das duas entidades com a casa é estreito. Ibaneis transita muito bem lá dentro. A CBF, então, tem laços de família. O presidente do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) chama-se Otávio Noronha — filho do ministro e ex-mandatário do STJ, João Otávio Noronha. Mera coincidência.
Aguardemos as cenas dos próximos capítulos…
*Colaborou Alexandre de Paula
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