Ah, o futebol, essa caixinha de surpresas. Não vou falar de Cristiano Ronaldo. Nem de Rui Patrício ou de Éder. O personagem aqui é o técnico de Portugal, Fernando Santos. Sabe de qual seleção esse senhor de 61 anos foi demitido depois da Copa do Mundo do Brasil em 2014? Da Grécia, carrasco de Portugal, no Estádio da Luz, em Lisboa, na final da Eurocopa de 2004.
Os helenos achavam que haviam dado um presente de grego a Portugal depois da derrota por 5 x 3 para a Costa Rica nos pênaltis, nas oitavas de final da Copa, na Arena Pernambuco, no Recife.
Só que não!
Na entrevista coletiva aqui no Stade de France após a conquista do título, Fernando Santos recorreu ao versículo bíblico 16 do capítulo 10 do evangelho de Mateus para explicar a conquista diante da França.
“Fomos simples como as pombas e prudentes como a serpente”.
O título de Portugal foi digno de um poema de Camões. Em um país que tem técnicos de ponta como José Mourinho, ele foi escolhido para fazer história. E agradeceu a quem lhe deu valor depois da tragédia grega no Brasil. “Queria dar uma palavra ao meu presidente (Fernando Gomes), que acreditou e confiou em mim num momento difícil. Não era fácil e ele merece tudo o que aconteceu. Aos meus jogadores, aos portugueses pelo apoio que nos deram, que foi fortíssimo. Aos emigrantes, não os posso esquecer nunca”.
A glória lusitana é tema aprofundado para outro dia aqui nesse cantinho.
Descansar que ninguém é de ferro.