Sem nenhum clube nas três primeiras divisões do país há três anos, contando com 2016, o futebol candango vai de mal a pior no cenário nacional. A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) divulgou nesta terça-feira o aumento do número de vagas para a Série D do Campeonato Brasileiro de 40 para 48 clubes. Nenhuma das oito vagas abertas pela CBF caiu no colo do Distrito Federal. Na minha opinião, totalmente justo. Não adiante espernear.
Vamos aos fatos. O futebol candango não disputa a Série A do Campeonato Brasileiro desde 2005, quando o Brasiliense caiu para a B. Lá se vão 11 anos. A capital do país não tem um representante na segunda divisão desde 2010, quando o Brasiliense despencou para a Série C. Lá se vão cinco anos… E o DF não tem time na Série C desde 2013, quando o Brasiliense caiu para a quarta divisão. Lá se vão seis anos…
De 2013 para cá, o presidente deposto da Federação de Futebol do Distrito Federal, Jozafá Dantas, implorou a José Maria Marin pelo aumento do número de vagas para o futebol candango na Série D. O atual mandatário, Erivaldo Alves, e o vice-governador do DF, Renato Santana, chegaram a ir pessoalmente ao gabinete do presidente licenciado da CBF, Marco Polo Del Nero, em 22 de outubro do ano passado, entre outros motivos, para implorar por uma vaguinha a mais para o DF. Não colou. Hoje, o DF não sabe quem é o dono da única, repito, única vaga para a Série D de 2016 e 2017. Vale lembrar que o campeão deste ano terá direito a duas vagas para a quarta divisão, ou seja — neste ano e no próximo — devido a uma adequação solicitada pela CBF.
A entidade máxima do futebol brasileiro usou o ranking das federações para distribuir as oito vagas criadas. Duas ficaram com São Paulo, uma com o Rio de Janeiro, uma com Minas Gerais, uma com o Ceará, uma com o Rio Grande do Norte, uma com Alagoas e uma com o Pará, do atual presidente em exercício da CBF, o Coronel Nunes.
No ranking das 27 federações, a FFDF aparece em 17º lugar com 3.007 pontos. Só é melhor do que Amazonas (2.603), Sergipe (2.590), Acre (2.192), Piauí (1.819), Mato Grosso do Sul (1.757), Espírito Santo (1.669), Tocantins (1.415), Amapá (1.251), Rondônia (1.186) e Roraima (1.164). A distribuição de vagas pode sofrer vários questionamentos, mas deixa claro para os dirigentes do futebol candango que vaga não se conquista fazendo politicagem, batendo na porta do presidente da CBF com o pires na mão pedindo vaga. É preciso trabalhar duro para que os clubes da cidade se fortaleçam e façam por merecer, dentro de campo, mais do que uma mísera vaga para a Série D. Numa boa. Está de ótimo tamanho. A minha torcida é para quem conquista o direito de jogar a quarta divisão saiba aproveitá-la. Na melhor das hipóteses, o DF só retornará à elite em 2019.