Real Madrid Com 10 títulos pelo Real Madrid, Navas passou a ser reserva de Courtois. Foto: Real Madrid Com 10 títulos pelo Real Madrid, Navas passou a ser reserva de Courtois.

De Keylor Navas a Diego Alves: um exemplo do profissionalismo que faltou ao goleiro do Flamengo

Publicado em Esporte

Eu sei. Cada um reage de um jeito. Concordo. Respeito as diferenças. Porém, em meio a outra crise no gol do Flamengo, o exemplo de um baita profissional nascido na Costa Rica me veio a mente nesse início de novela. Caro Diego Alves, tenta se colocar na situação do seu companheiro de profissão Keylor Navas. Sim, esse mesmo, o camisa 1 do Real Madrid.

Aquele cara lá coleciona 10 títulos com a camisa do badalado clube espanhol. Foi titular em três dos 13 títulos do time na Liga dos Campeões da Europa nas temporadas de 2016, 2017 e 2018. Ganhou Campeonato Espanhol, Supercopa da Espanha, duas Supercopas da Uefa e um tricampeonato do Mundial de Clubes da Fifa. Tudo isso, caro Diego Alves.

Aí, num belo dia, a diretoria do Real Madrid acha de contratar outro goleiro de ponta. Courtois queria voltar a morar em Madri por questões familiares. Oportunista, Florentino Pérez tratou de fechar com o belga e praticamente o escalou como novo titular da posição.

Na frieza dos números, Navas teve no Real Madrid uma temporada melhor do que a de Courtois no Chelsea. Fez mais defesas importantes (121 x 96), fechou o gol nas finalizações dentro da pequena área (84 x 51), acertou mais passes (73% x 69%), pegou mais pênaltis (2 x 0) e empataram em número de gols sofridos (46 x 46).

A história de Navas no Real Madrid por si só faria a diferença numa prova de títulos entre os dois goleiros. Ainda mais se tratando de um arqueiro com passagem pelo arquirrival Atlético de Madri. No entanto, o desempenho de Courtois na Copa do Mundo, principalmente nas quartas de final contra o Brasil, pesaram a favor de Courtois.

O belga desembarcou no Real Madrid sentando na janelinha. É o titular do Real Madrid. Dono de 10 títulos com a camisa merengue, Navas amarga o banco de reservas. Ao contrário de Diego Alves, escolheu ser profissional. Pode estar morrendo de vontade de dizer cobras e lagartos ao primeiro jornalista que coloque o microfone ou o gravador na boca dele, mas escolheu esperar o momento de ser valorizado pelo que representa na história do clube. Courtois não faturou nada. E pelo andar da carruagem, não ganhará nesta temporada.

Courtois já falou sobre o relacionamento com Navas. “Keylor e eu nos damos muito bem, tanto que me desejou boa sorte. A imprensa está procurando polêmica onde não há. Nos encorajamos a dar o nosso melhor a cada dia, porque a equipe é mais importante que tudo”.

O clima pode até estar pesado entre os goleiros do Real Madrid, mas, ao que parece, os concorrentes escolheram ser profissionais. Se não for pedir demais, que Diego Alves também seja. Dê um passo atrás e injete um pouquinho de Navas na veia. Falei de Navas, mas poderíamos citar Wéverton, que chegou ao Palmeiras como reforço badalado, herói da conquista da inédita medalha de ouro da Seleção nos Jogos Olímpicos do Rio-2016, amargou o papel de segundo reserva, abaixo de Jailson e de Fernando Prass na hierarquia, e hoje é titular.

 

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