De Fabio Grosso a Mattia Zaccagni: os milagres da Itália na Alemanha

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O santo costuma mudar de nome, mas alguns milagres são os mesmos. Em 2006, a Itália disputa as semifinais da Copa do Mundo contra a anfitriã Alemanha no Wesfalenstadion, em Dortmund. Depois do empate por 0 x 0 no tempo regulamentar e na prorrogação e de um jogo a caminho da decisão por pênaltis, um chute cruzado de Fabio Grosso após assistência de Pirlo abre o placar e começa a colocar a Squadra Azzurra na decisão. Dois minutos depois, Alessandro Del Piero consolida o resultado.

O chute cruzado de Mattia Zaccagni no empate por 1 x 1 com a Croácia na Red Bull Arena, em Leipzig, lembrou o gol daquele 4 de julho de 2006. A finalização de Grosso acertou o canto direito de Jens Lehmann. O de Zaccagni, o esquerdo de Livakovic com assistência de Calafiori. Ambos no apagar das luzes de partidas importantes disputadas na Alemanha. A Itália avançou à final da Copa contra a França em 2006. Dezoito anos depois, está nas oitavas da Eurocopa contra a Suíça graças a um gol de basquete: no último segundo.

Há detalhes curiosos nos lances dos dois gols. O lateral-esquerdo Fabio Grosso estava posicionado na direita da grande área e finalizou de canhota em 2006. Zaccagni estava na esquerda da grande área e finalizou com a direita no lance letal. O velho truque dos tais pés investidos abertos nas pontas para dificultar marcadores e facilitar finalizações.

Zaccagni é o herói da Itália, mas precisamos falar sobre Calafiore. A história do zagueiro é curiosa na primeira fase. Que personagem. Ele fez uma bela partida na estreia contra a Albânia. Na sequência, fez gol contra na derrota por 1 x 0 para a Espanha. No terceiro jogo, é quem arranca com a bola rompendo o sistema defensivo da Croácia até passar a bola a Zaccagni no lance que pode ter encerrado a carreira de Modric na seleção croata.

O camisa 10 viveu altos e baixos na partida. Cobrou pênalti e viu o goleiro Donnarumma defendê-lo. Todo campista, como são chamados os jogadores com capacidade de mobilidade em todos os cantos do gramado, Modric surgiu na pequena área para aproveitar o rebote de Donnarumma e se redimir abrindo o placar para a Croácia.

Modric e companhia ainda não estão eliminados. Precisam de um alinhamento dos astros na sequência da última rodada para avançar às oitavas como um dos quatro mais bem colocados. É melhor não duvidar dos milagres. Eles acontecem com a Itália, mas também abençoam a Croácia. A seleção xadrez chegou à final da Copa de 2018 e ao terceiro em 2022 assim. Na base da fé no impossível. Aguardemos antes de aposentar o gênio Modric.

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Marcos Paulo Lima

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