Da Série C às oitavas da Libertadores: Fortaleza ensina ao Nordeste que a reconstrução é possível

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Em 2017, o Fortaleza conquistava o título da Série C e encerrava oito anos de penitência na terceira divisão do Campeonato Brasileiro. Na temporada seguinte, assegurava o acesso à elite como campeão da Série B. Na noite desta quarta-feira, o Tricolor do Pici derrotou o Colo-Colo por 4 x 3 e figura entre os 16 melhores times da América do Sul. Um roteiro de cinema do time que tinha como concorrentes dois campeões continentais. Além do time chileno (1991), o tetracampeão River Plate (1986, 1996, 2015 e 2018) – primeiro colocado da chave.

O Nordeste só teve representantes no mata-mata duas vezes.  A primeira em 1989 com o Bahia. O Sport repetiu o feito em 2009. O desafio, a partir do sorteio de sexta-feira, é tentar ir além das quartas de final. Campeão brasileiro em 1988, o tricolor baiano ficou entre os oito no ano seguinte. Não alcançou as semifinais porque caiu diante do Internacional. O Fortaleza ensina a clubes quebrados do futebol nordestino como o Santa Cruz, quinto colocado no Grupo 4 da Série D do Campeonato Brasileiro, que a reconstrução leva tempo, mas é possível.

Se o América-MG foi a grande história da Pré-Libertadores, o Fortaleza é a grande notícia da fase de grupos. O estreante perdeu nas duas rodadas iniciais. Dava pinta de que brigaria pelo terceiro lugar, posição de acesso à Copa Sul-Americana. Só que não. Priorizou o torneio continental, largou o Brasileirão, do qual é lanterna com um ponto em sete rodadas, e avança ao mata-mata como segundo colocado da chave. A tendência é encarar um adversário forte na etapa seguinte, mas e daí? A torcida do Fortaleza tem mais é que festejar o carnaval fora de época.

A do Ceará também. O Vozão é o primeiro time a concluir a fase de grupos da Copa Sul-Americana com 100% de aproveitamento. Passou com autoridade pelo Independiente, em Avellaneda, na Argentina, e deixou o “rei de copas” fora da fase de mata-mata. A campanha irretocável teve triunfos contra Independiente, Deportivo La Guaira e General Caballero.

O Fortaleza, de Juan Pablo Vojvoda, e o Ceará, de Dorival Júnior, têm três missões daqui em diante. A primeira delas é transformar o clássico do próximo dia 1° de junho em uma festa na Arena Castelão para celebrar o feito inédito dos dois clubes. A segunda é elaborar urgentemente uma rota de fuga da zona de rebaixamento. Ambos estão ficando muito atrás. O terceiro desafio é repetir o sucesso do CSA. O clube alagoano é o time nordestino a chegar mais longe em um torneio continental. Foi vice-campeão em 1999. Perdeu o título para o argentino Talleres.

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Marcos Paulo Lima

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