Sou fã de técnicos capazes de buscar soluções dentro de um elenco limitado. Luis Zubeldia foi ousado ao posicionar Oscar na função de volante ao lado Alisson. Qualificou a saída de bola, deixou o São Paulo mais ofensivo, mas não contava com uma sucessão de falhas no lance do polêmico gol da vitória do Palmeiras por 1 x 0 nesta segunda-feira pela semifinal do Campeonato Paulista.
Rafael erra na saída de bola diante da marcação alviverde. O centroavante estreante Vitor Roque pressiona o zagueiro Arboleda e cava o pênalti validado pelo juiz Flávio de Souza. É lamentável o que faz a arbitragem brasileira — com ou sem o auxílio do vídeo (VAR). Não fico no muro. Não achei falta.
O plano de jogo do São Paulo não foi prejudicado apenas pela arbitragem. O banco de reservas é carente de talentos. O cobertor é curto. Ao recuar Oscar para a função de volante, Luis Zubeldia ganhou na saída de bola, mas perdeu a conexão do meio de campo com o ataque.
Havia um Oscar à frente dos três zagueiros ao lado de Alisson, mas faltava um “Oscar” no último terço do campo para trabalhar com Lucas Moura e Luciano. Consequentemente, Calleri sofria ao receber poucas bolas limpas. Em um raro cruzamento não interceptado pelo bateria antiaérea dos donos da casa, o argentino subiu sozinho, cabeceou a bola para fora e desperdiçou a oportunidade do empate.
A distribuição tática do Palmeiras dificultou o planejamento do São Paulo. Ao perceber a tentativa do árbitro Flávio de Souza de deixar o jogo correr, com pouca intervenção, o time de Abel Ferreira fez da força física um triunfo. Chegava junto em cada disputa de bola. A defesa se antecipava aos passes na frente da área e ganhava quase todas as disputas, mantendo o São Paulo longe da zona de finalização. Em contrapartida, empurrava o adversário para trás.
O placar justo do Choque-Rei seria o empate. A vaga seria disputada nas cobranças de pênalti. No entanto, Flávio de Souza penalizou o clássico com um erro gravíssimo. Virou o personagem do jogo. Bem mais do que Raphael Veiga, autor da cobrança certeira no primeiro tempo para manter a chance do tetracampeonato inédito em dois derbies contra o arquirrival Corinthians.
Se não tivesse desperdiçado pontos bobos em Brasília, contra a Inter de Limeira e o Velo Clube nos dois tropeços em uma semana no Mané Garrincha, o tricolor teria sido mandante no MorumBis, e não visitante no Allianz Parque nas semifinais. O juiz Flávio de Souza é o maior culpando, mas o clube também precisa admitir os próprios equívocos.
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