Campeão inédito da Eurocopa no último dia 10 ao vencer a França por 1 x 0 no Stade de France, Portugal treina em Mangaratiba (RJ) em busca de outra façanha — a medalha de ouro nos Jogos Olímpicos do Rio-2016. Para se ter uma ideia, apenas a França ganhou a Eurocopa e a Olimpíada no mesmo ano, em 1984. Em três participações no torneio, a seleção lusitana foi eliminada duas vezes na primeira fase, em Amsterdã-1928 e Atenas-2004, e perdeu a decisão da medalha de bronze para o Brasil em Atlantla-1996. Naquele time estava Rui Jorge, à época jogador do Porto, vestindo a camisa 11. Vinte anos depois, terá pela frente Argentina, Argélia e Honduras no Grupo D na primeira fase.
Embora Portugal tenha acabado de conquistar a Eurocopa, não há expectativa por medalha da seleção olímpica no Rio. Pelo menos na avaliação do amigo jornalista Bruno Pires, editor adjunto de esportes do Diário de Notícias, em um bate-papo com o blog. “Ninguém espera medalhas dessa seleção. Passar da primeira fase é bom. Se conseguirem, vão querer ir além. Não se pode é pedir mais do que isso”, admite.
O nível de exigência tem a ver com as dificuldades para definir os 18 jogadores. O treinador (Rui Jorge) sentiu muitas dificuldades para fazer a convocação. Se pode ganhar o ouro? Pode, sim, mas acho que Portugal tem que se preocupar em honrar o país em um evento grandioso. Nada mais pode ser exigido porque essa equipe tem pouco a ver com a equipe que assegurou a classificação olímpica”, explica Bruno Pires.
Portugal se classificou para os Jogos do Rio-2016 como vice-campeão da Eurocopa Sub-21 de 2015. O comandante era justamente Rui Jorge na derrota por 4 x 3 no pênaltis depois do empate por 0 x 0 no tempo normal, mas apenas 7 dos 23 vice-campeões no ano passado foram liberados por seus clubes para jogar no Rio: Ricardo Esgaio, Bruno Varela, Tiago Ilori, Tobias Figueiredo, Sergio Oliveira, Gonçalo Paciência e Carlos Mané. Dos 7, Esgaio, Ilori, Sergio Oliveira e Gonçalo Paciência eram titulares na Eurocopa-Sub 21 de 2015.
Na opinião de Bruno Pires, jogadores como o zagueiro Tobias Figueiredo (Nacional), os meias Bruno Fernandes (Udinese) e Sergio Oliveira (Porto) e o atacante Carlos Mané (Sporting) podem fazer a diferença no torneio. “Mas nessas competições surgem sempre destaques com quem ninguém conta”, alerta o jornalista.
Um dos trunfos é Rui Jorge. Ex-lateral-esquerdo tinha 23 anos em Atlanta-1996 quando o país foi eliminado pela Argentina nas semifinais e perdeu o bronze para o Brasil. “Rui Jorge tem feito um trabalho exemplar na federação. É um treinador habituado a grandes competições. Jogou em dois grandes de Portugal (Porto e Sporting) e é um treinador que conhece muito bem seus jogadores e sabe como motivá-los.