Epicentro da manipulação de resultados no mundo, o futebol brasileiro será submetido outra vez a uma Comissão Parlamentar de Inquérito no Congresso Nacional. Menos de seis meses depois da CPI das Apostas Esportivas encerrar os trabalhos sem votação do relatório final na Câmara dos Deputados, o presidente do América-RJ e senador Romário (PL-RJ) conseguiu aprovar nesta terça-feira uma nova tentativa de passar um pente fino nos esquemas de contaminação de jogos. O mais recente deflagrado na última segunda-feira pelo Ministério Público do Distrito Federal e Territórios no Campeonato do Distrito Federal (MPDFT). O Candangão sofre ataque de máfias pela segunda vez em menos de três anos.
Empossado recentemente na presidência do América-RJ, Romário costuma ser uma pedra no sapato dos cartolas. Quando assumiu como parlamentar, tirou o futebol da zona de conforto ao liderar a CPI do Futebol, encerrada em 2016. Na semana passada, apresentou o requerimento 15//2024 e teve êxito. Onze senadores titulares e sete suplentes tocarão a investigação pelo prazo de 180 dias. O blog apurou que o sócio majoritário da SAF do Botafogo, o estadunidense John Textor, será convidado a esclarecer as denúncias sobre falta de integridade na Série A do Brasileirão.
“Vale lembrar que o futebol é uma importante atividade econômica de nosso país, que gera dezenas de milhares de empregos e movimenta importante cadeia direta e indireta de geração de renda. É, portanto, dever do Estado regulamentar e fiscalizar as suas atividades, em nome do interesse público”, argumenta Romário.
Quando apresentou o requerimento, Romário destacou a avalanche de denúncias de manipulação de resultados pelo Brasil. “Após anos de mercado totalmente sem regulamentação e pela enorme quantidade de dinheiro que o setor movimenta, não podemos mais fechar os olhos para o que vem acontecendo com a integridade do nosso esporte, que é o esporte nº 1 e mais popular do planeta, a paixão de todos, não só os brasileiros, como todos nós do mundo que gostamos de futebol”, argumentou.
Relatório recente divulgado pela empresa especializada em integridade Sportradar apontou o Brasil na liderança mundial de jogos suspeitos de contaminação. Levantamento da firma acusa 109 casos em 2023, todos no futebol: 15 nas competições organizadas pela Confederação Brasileira de Futebol e 94 pelas federações filiadas à entidade máxima.
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