O acerto de Adenor Leonardo Bachi com o Cruzeiro torna o time celeste o sétimo dos 12 principais clubes do Brasil comandado por Tite. A trajetória do ex-treinador da Seleção Brasileira nas principais marcas do país começa no Grêmio e passa por Corinthians, Atlético-MG, Palmeiras, Internacional e Flamengo. Ele trabalhará em Minas Gerais pela segunda vez depois da passagem relâmpago pelo Atlético-MG na temporada de 2005.
O sonho de uma experiência na Europa mais uma vez está adiado. Tite tem estudado idiomas para enriquecer o currículo, mas segue na “zona de conforto” do mercado nacional. Em tese, a passagem de seis anos pela Seleção com um título na Copa América de 2019, um vice em 2021 e duas eliminações nas quartas de final da Copa em 2018 e em 2022 não ajudaram a internacionalizar a marca Tite.
Nem mesmo a proximidade com Edu Gaspar, ex-dirigente do Arsenal e atualmente no Nottingham Forest, atraíram os olhares das cinco principais ligas da Europa. As sondagens de mercados alternativos como Portugal e Turquia também não prosperaram. Vanderlei Luxemburgo trabalhou no Real Madrid. Luiz Felipe Scolari passou pelo Chelsea. Carlos Alberto Parreira comandou o Valencia. Paulo Autuori liderou o Benfica. Abel Braga teve oportunidade no Olympique de Marselha. As pranchetas do PSG e do Monaco passaram pelas mãos de Ricardo Gomes. Falta esse salto na carreira de Tite.
Tite durou cinco meses no primeiro trabalho em Belo Horizonte. Assumiu a prancheta em abril e pediu demissão em agosto depois de um empate por 2 x 2 com o lanterna Paysandu. O Galo ocupava a zona de rebaixamento e foi rebaixado ao término daquele Brasileirão.
“Eu estava insuficientemente maduro, estudado, habilitado e experiente para dirigir o Atlético. Eu era pouco para a grandeza do Atlético, não estava suficientemente formado. Continuo me formando. Se a gente pegar a escultura e ficar tirando pedaço, ainda tem pedaço para tirar, para me montar. Esse é nosso desafio diário. Se eu soubesse dos erros, eu não cometeria, porque burro eu não sou. Tiraria e faria só a coisa correta. Mas a estrutura da vida é assim”, disse Tite quando comandava o Flamengo depois de derrotar o Atlético por 4 x 2 na Arena MRV em junho de 2024 pelo Campeonato Brasileiro.
O gaúcho de Caxias do Sul deixou um Campeonato Gaúcho e uma Copa do Brasil no museu do Grêmio. Ganhou uma Copa Sul-Americana em 2008, além de um Estadual e a Copa Suruga em 2009. Portanto, comandar arquirrivais não é novidade na carreira de Tite.
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Em São Paulo, tornou-se o maior treinador da história do Corinthians com seis títulos, entre eles a Libertadores e o Mundial de Clubes da Fifa em 2012 e o Brasileirão em 2011 e 2015. Em contrapartida, a passagem pelo Palmeiras não foi próspera em 2006.
A única experiência no Rio de Janeiro foi no Flamengo, o último clube de Tite antes da pausa para cuidar da saúde mental. Ganhou o Campeonato Carioca, encaminhou a campanha do título na Copa do Brasil ao eliminar Amazonas, Palmeiras e Bahia; foi eliminado pelo Peñarol nas quartas da Libertadores, liderou o Brasileirão, mas perdeu gás no segundo turno.
Tite reencontrará jogadores com os quais trabalhou. Cássio e Fágner foram atletas dele na era dourada do Corinthians. Fabrício Bruno era o zagueiro preferido dele no Flamengo ao lado de Léo Pereira. Há um desafeto no elenco também. A relação com Gabriel Barbosa não foi boa mais da parte do jogador, com ironias e ataques públicos, do que do treinador.
O blog apurou que Tite levará para o Cruzeiro o filho Matheus Bachi, assistente de Juan Pablo Vojvoda no Santos, o preparador físico Fábio Mahseredjian e o novo auxiliar da equipe dele, o ex-zagueiro Vinícius Bergantin, técnico do Avaí na temporada de 2025. Ele substitui Cléber Xavier, que optou por seguir carreira solo e comandou o Santos em parte do Campeonato Brasileiro.
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