CBF Impacta Ricardo Gluck Paul apresenta o CBF Impacta em um dos painéis da COP30 em Belém. Foto: Bruno Fernandez/FPF Ricardo Gluck Paul apresenta o CBF Impacta em um dos painéis da COP30 em Belém. Foto: Bruno Fernandez/FPF

COP30: saiba quais são os compromissos assumidos pela CBF em Belém

Publicado em Esporte

Insaciáveis nas disputas por cotas de tevê e incapazes de criar uma liga, os times do país perderam a chance de ir em bloco à 30ª Conferência das Nações Unidos sobre Mudanças Climáticas. Isso pode custar caro. Estudos divulgados em maio pela consultoria Environmental Resources Management (ERM) e pelo Terra FC advertem: 80% dos times da Série A, B e C do Brasileirão estão sob forte ameaça das mudanças climáticas e podem perder valor de marcado na ordem de R$ 69 milhões em 25 anos.

 

Todos estão localizados em municípios com alto risco de eventos climáticos extremos. Vulneráveis a enchentes, inundações, ondas de calor, queimadas e secas. O relatório alerta que 40 dos 60 times das séries A, B e C estão sob alto risco de enchentes.

 

Enquanto os clubes ignoram os indicadores e o debate no Pará, a Confederação Brasileira de Futebol assumiu compromissos na COP30 em uma rara agenda do esporte em Belém. Representada pelo presidente da Federação Paraense e vice da CBF, Ricardo Gluck Paul, a entidade apresentou o CBF Impacta voltado para a agenda ESG (Ambiental Social e Governança) sem cometer o pecado do Greenwashing, ou seja, vender-se ambientalmente responsável ao mundo e nos bastidores descumprir os acordos firmados.

 

“O futebol fura todas as bolhas. O grande objetivo, sem dúvida, é a CBF assumir o seu compromisso, entender a sua responsabilidade, mas sobretudo e principalmente influenciar o mundo com seus exemplos. O jogo está só começando”, discursou o paraense Gluck Paul durante 30 minutos, apresentando a missão do programa em longo prazo.

 

A primeira zona de impacto da CBF é ambiental. O objetivo é neutralizar os impactos gerados pelos cerca de 3 mil jogos anuais das 25 competições organizadas pela entidade. Os pilares são neutralização de carbono, energética e hídrica, além da economia circular com uma campanha nacional de coleta seletiva de resíduos para transformar o lixo em bolas de futebol para distribuição em comunidades, ativando a educação ambiental.

 

O impacto social pretende atacar uma estatística negativa: apenas 5% dos atletas de base se tornam profissionais. A CBF apresentou uma Estratégia Nacional para o futebol de base voltada para os 5% e um Programa Nacional de Formação de Futebol de Base oferecendo aos 95% conteúdo online socioemocional, de empreendedorismo e educação ambiental. Segundo Gluck Paul, a CBF que ter compromisso com 100% dos jovens jogadores.

 

 

O CBF Impacta foca também na governança. O objetivo é garantir sustentabilidade e a integridade do sistema do futebol brasileiro. Conscientizar os clubes da responsabilidade fiscal. Não gastar mais do que arrecadam, limitar o endividamento e a folha salarial à receita para garantir um jogo justo e a longevidade dos clubes. Gluck Paul também falou em um sistema integrado de combate à manipulação de resultados.

 

Gluck Paul sinalizou a Copa Verde como uma das principais ferramentas do CBF Impacta. “A Copa Verde não será apenas uma competição com início e fim definidos por um campeão, mas sim um organismo que se desenvolverá ao longo do ano. A competição funcionará como um laboratório sustentável para a experimentação de ações de boas práticas ambientais. O que der certo na Copa Verde poderá ser oferecido às grandes competições nacionais”, explicou o dirigente da CBF.

 

Uma das ações da CBF será a criação de um reconhecimento a boas práticas.  “A ideia é que a CBF crie um selo verde para reconhecer os projetos dos clubes e federações, e a Copa Verde será uma plataforma para essa certificação e para a criação de rankings de sustentabilidade entre os participantes”, diz Gluck Paul. O reposicionamento inclui a promoção de seminários de boas práticas ambientas. “A pauta ambiental, hoje, não é só nortista, ela é nacional, internacional”, encerrou Gluck Paul.

 

 

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