A polêmica sobre a realização do jogo deste domingo entre Palmeiras e Flamengo, às 16h, no Allianz Parque, em São Paulo, pela 12ª rodada do Campeonato Brasileiro, é acompanhada com expectativa pelos meninos das divisões de base convocados suprir os desfalques causados pelo surto de infecções por covid-19 no elenco principal do clube carioca.
Uma das jovens alternativas do Flamengo jogava no Distrito Federal até pouco tempo. Em janeiro, o zagueiro Vinicius Milani Bueno foi um dos xerifes da defesa do Real Brasília na disputa da Copa São Paulo de Futebol Júnior. O time candango terminou a primeira fase do torneio em segundo lugar no Grupo 21, atrás apenas do tradicional Grêmio. A equipe foi eliminada na segunda fase pela Chapecoense, por 1 x 0, em uma partida duríssima.
Em fevereiro, Vinicius Milani e o xará, Índio, chamaram a atenção dos analistas rubro-negros e embarcaram rumo ao Rio de Janeiro para assinar contrato com o Flamengo. Nascido em Valinhos (SP), Milani chegou ao Real Brasília no primeiro semestre de 2019. Antes, treinava nas divisões de base da Ponte Preta. Participou do vice-campeonato do Real no Candangão Sub-20.
O diretor de Futbol do Real Brasília, Pedro Ayub, conta como foi a chegada de Milani ao clube. “Ele era jogador da Ponte Preta, veio por meio da empresa FBJ esportes, do Fábio Baitler (empresario de jogadores), que é um amigo meu. Jogamos juntos no Avai, mostramos a ele o projeto do clube e a estrutura e acertamos a vinda do Milani, ficou um ano conosco, acreditou no projeto, pois alguns clubes demonstraram interesse nele, e programamos para jogar a taça São Paulo conosco. Após a taça definiríamos a colocação dele. Pelo perfil e qualidade, tínhamos a convicção de que ele se destacaria. Se não tivesse nada após a taça, o projeto era subir (Milani) para o elenco profissional, mas graças a Deus após a taça apareceu o Flamengo. Tinha outras equipes para ele ir, mas optamos pelo Flamengo”, conta.
Dos 17 jogadores relacionados para a partida contra o Palmeiras, três são zagueiros. Natan, Otávio e Milani foram convocados pelos assistentes do técnico Domènec Torrent para suprir as ausências de Rodrigo Caio, Léo Pereira, Gustavo Henrique e Thuller – todos em quarentena.
Alternativa para a partida, Milani jogou cinco vezes neste ano – três pelo Real Brasília na Copa São Paulo e duas pelo Flamengo no Carioca Sub-20 no empate por 2 x 2 com a Portuguesa e na vitória por 4 x 2 para o Friburguense sob a batuta de Maurício Souza. Milani se define como zagueiro de liderança na defesa, seguro na saída de bola e com presença nas bolas aéreas.
Pedro Ayub concorda sobre as características de Milani. “Alto, com muito boa técnica, rápido, boa qualidade de saída de jogo. Tem boa postura dentro de campo e boa referência para os demais meninos. Era líder dentro do grupo, tanto que, mesmo sendo mais novo que os demais que foram para a taça, ele era o capitão da equipe”, lembra. “Bola aérea defensiva muito boa, a ofensiva não é de fazer muitos gols ainda, mas creio que deve ter crescido muito já no Flamengo”, observa Ayub.
Vice-campeão candango sub-20 no ano passado, representante da cidade com melhor campanha na Copa São Paulo deste ano e terceiro colocado no Campeonato do DF, o Real Brasília tem um projeto claro: descobrir talentos, lapidá-los na base e negociá-los. Foi assim, por exemplo, com o meia Davi Araújo. O mineiro de 20 anos joga no Botafogo, de Paulo Autuori.
O presidente do Real Brasília, Luis Felipe Belmonte, reforça o conceito do time candango. “Hoje, são sete nomes vinculados ao clube cedidos a times da Série A e B do Brasileirão e na Europa. O zagueiro Vinícius Milani e o meia Vinícius estão no Flamengo. Érik, ex-XV de Piracicaba, foi para o Sampaio Corrêa. Araújo defende o Red Bull Bragantino. Os atacantes Luan e Kaio Nunes estão, respectivamente, no Grêmio e no Goiás. Souto ganha experiência no Shakhtar Donetsk”.
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