Chelsea Todd Boehly: compras e vendas a rodo em pouco mais de um ano de gestão no Chelsea. Foto: AFP Todd Boehly: compras e vendas a rodo em pouco mais de um ano de gestão no Chelsea. Foto: AFP

Como vender um time inteirinho em 15 dias: a confusa gestão do Chelsea

Publicado em Esporte

Em tempos de Sociedade Anônima do Futebol (SAF) no Brasil, vamos ao seguinte cenário: de uma hora para outra, o dono do clube decide mudar o elenco e faz uma liquidação de verão no mercado. Vende um time inteirinho em duas semanas: Edouard Mendy; Azpilicueta, Koulibaly e Baba; Kanté, Kovacic, Mount e Pulisic; Loftus-Cheek, Havertz e David Fofana. Zyech, Aubameyang e Lukaku estão na vitrine. Quem apresentar proposta minimamente convincente leva. Emprestado à vice-campeã europeia Internazionale, o badalado centroavante belga rejeita voltar a Stamford Bridge.

 

Não se engane. Isso pode acontecer um hora dessas por aqui. No Vasco, por exemplo. Há descontentamento com o pacotão de reforços contratados pela 777 Partners no início da temporada. O time cruzmaltino é vice-lanterna. Comprou, comprou, comprou, e agora não se assuste se no fim do ano vender, vender e vender. Barato! A menos que o novo técnico Ramón Díaz saque uma varinha de condão da pasta e salve milagrosamente os investimentos no segundo semestre.

 

A “queima de estoque” no Chelsea rendeu até agora 240,8 milhões de euros ao clube inglês. O agitado mercado saudita contribuiu para isso ao depositar 41.5 milhões por Mendy e Koulibaly. Sob nova direção desde a saída do magnata russo Roman Abramovich causada pela guerra da Rússia contra a vizinha Ucrânia, o clube bicampeão da Uefa Champions League em 2012 e em 2021 vive tempos confusos desde a posse do novo proprietário.

 

O estadunidense Todd Boehly saiu comprando como se não houvesse amanhã na janela de transferências anterior. Torrou 611,5 milhões de euros em compras, quebrou recorde no maior mercado da história, mas viu o time terminar a Premier League em 12º lugar. Fora da zona de acesso à Liga dos Campeões da Europa. O ricaço aparenta arrependimento depois do consumismo desenfreado. Há também quem dê outra intepretação para a movimentação financeira insana em um ano de administração. Entendedores entenderão…

 

Jogadores adquiridos na temporada anterior estão de saída. São os casos de Kalidou Koulibaly, Aubameyang e David Fofana. A reposição do estoque ainda é tímida. O Chelsea desembolsou 60 milhões de euros para tirar Christopher Nkunku do Red Bull Leipzig e investiu 37 milhões na aquisição de Nicolas Jackson do Villarreal. Paralelamente, recebe de volta jogadores emprestados como o recém-contratado Andrey Santos. O volante estava cedido ao Vasco.

 

Em meio ao entra-e-sai, o técnico argentino Mauricio Pochettino, ex-Tottenham e PSG, que lute para formar um Chelsea competitivo para a nova temporada. O elenco não é fraco. Ele conta com o ucraniano Mudryk, o argentino campeão mundial Enzo Fernández e o inglês Raheem Sterling como referências para o início do trabalho na temporada.

 

ChelseaÇ Um time de jogadores vendido nesta janela

Sistema tático: 1-3-4-3

  • € 18,5 milhões: Edouard Mendy (Al-Ahli)
  • Custo zero: Azpilicueta (Atlético de Madrid)
  • € 23 milhões: Koulibaly (Al-Hilal)
  • Custo zero: Baba (PAOK)
  • Custo zero: Kanté (Ittihad Club)
  • € 29,1 milhões: Kovacic (Manchester City)
  • € 64,2 milhões: Mason Mount (Manchester United)
  • € 20 milhões: Pulisic (Milan)
  • € 16 milhões: Loftus-Cheek (Milan)
  • € 70 milhões: Kai Havertz (Arsenal)
  • Custo zero: David Fofana (Union Berlim)

 

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