Bruno Henrique e Arrascaeta Bruno Henrique e Arrascaeta comemoram juntos o gol da vitória rubro-negra. Foto: Gilvan de Souza/CRF Bruno Henrique e Arrascaeta comemoram juntos o gol da vitória rubro-negra. Foto: Gilvan de Souza/CRF

Como Tite emulou o Corinthians e classificou o Flamengo contra o Bahia

Publicado em Esporte

Tite classificou o Flamengo para enfrentar o Corinthians nas semifinais da Copa do Brasil tirando da gaveta uma porção mágica usado justamente no time paulista na campanha do título da Libertadores em 2012. Naquela época, houve um momento em que a comissão técnica teve de administrar a má fase do centroavante titular. Liedson não estava bem. Era necessário buscar alternativa para o ataque. Surgiu o plano de criar falsos noves.

 

Liedson formava trio de ataque com Jorge Henrique e Emerson Sheik. O verdadeiro nove saiu de cena e Tite passou a usar uma dupla de ataque. Emerson Sheik e Jorge Henrique, com variáveis de Willian Bigode. O meio de campo passou de trio a quinteto: Ralf, Paulinho trabalhavam atrás de uma linha de três composta por Jorge Henrique, Danilo e Alex, com Sheik disfarçado de único e último homem de frente.

 

Os dois atacantes de verdade, ou seja, Sheik e Jorge Henrique, tinham instruções para abrir nas pontas e criar vácuos para que Danilo e Alex atacassem os espaços como se fossem falsos nove. Qualquer semelhança com o que executam Bruno Henrique e Luiz Araújo para facilitar os serviços de Arrascaeta e Gerson pelo centro no 4-2-3-1 rubro-negro não é mera coincidência.

 

Tite adaptou o Corinthians com Danilo e Alex de falsos noves para resolver má fase de Liedson. Arte: Blog Drible de Corpo

 

O gol da vitória do Flamengo contra o Bahia sai como planejado por Tite na Data Fifa. Bruno Henrique recebe lançamento curto de Léo Ortiz em profundidade e quem o acompanha ocupando o espaço que seria do verdadeiro nove Pedro? O falso nove Arrascaeta toca a bola para a rede como se fosse um centroavante raiz. Lembra até os acabamentos elegantes de Pedro, de Gabriel Barbosa e de Carlinhos. Tudo milimetricamente pensado.

 

Arrascaeta travestindo-se de falso nove não é novidade. Mano Menezes conquistou a Copa do Brasil de 2017 contra o Flamengo dando esse papel ao meia-atacante uruguaio. Jorge Jesus chegou a usá-lo nessa função abrindo Bruno Henrique e Gabigol nas pontas. Arrascaeta ocupava o espaço no meio da área. Rogério Ceni e Tite também testaram.

 

A lesão de Pedro desafia Tite a criar dinâmicas e adaptar Arrascaeta e até mesmo Gerson ao papel de falsos noves. Arte: Blog Drible de Corpo

 

Tite evitou eleger o substituto de Pedro. Esquivou-se sobre Gabriel Barbosa, Carlinhos… Disse que o campo vai falar. O campo e o meias com qualidade para falso nove. Arrascaeta não é a única opção para suprir a carência do artilheiro do Brasil na temporada com 30 gols.

 

Recém-contratado pelo Flamengo, o argentino Carlos Alcaraz fez essa função na passagem pelo Southampton.  Foram cinco partidas atuando como falso nove e uma assistência. O técnico escocês Russel Martin investiu nessa ideia em duelos contra Leeds United, Hull City, Bristol City, Cardiff e Watford. Venceu quatro e empatou uma. Sem Arrascaeta ou Alcaraz, Gabigol pode ser o falso nove. É o que dá para decifrar por enquanto.

 

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