Como o Flamengo derrubou o trauma das eliminações na fase de grupos da Libertadores

Compartilhe

A vibe rica do Flamengo, inaugurada na contratação de Paolo Guerrero, em maio de 2015, só conhece uma eliminação na fase de grupos da Libertadores. O time fracassou em 2017 em uma chave contra San Lorenzo, Athletico-PR e Universidad Católica. De lá para cá, são cinco classificações consecutivas para o mata-mata. O histórico de participações do clube tem cinco quedas na primeira etapa do torneio — quatro somente neste século. Foi assim, por exemplo, em 2002, 2012, 2014 e 2017. Também aconteceu na Era Zico, em 1983.

Xingado pela torcida nos últimos jogos no Maracanã, o presidente Rodolfo Landim tem um álibi. Na gestão dele, o Flamengo não sabe o que é ser eliminado na fase de grupos. Flertou com o vexame na última rodada de 2019, quando sofreu para voltar de Montevidéu com a vaga na mão depois de um duelo tenso com o Peñarol, mas avançou sob a batuta de Abel Braga e bateu campeão às ordens do português Jorge Jesus.

O fim do trauma da fase de grupos tem mais a ver com a realidade econômica do Flamengo do que com a escolha dos técnicos. Confusa na seleção dos profissionais, a diretoria é blindada pela qualidade do elenco. Mesmo classificados, Abel Braga, Domènec Torrent e Rogério Ceni foram demitidos depois do fim da fase de grupos em 2019, 2020 e 2021. Deram lugar, respectivamente, a Jorge Jesus, Rogério Ceni e Renato Gaúcho.

Em vez de fazer contas para avançar às oitavas de final, o Flamengo pode se dar ao luxo de poupar o elenco, arredondar o time para o clássico do fim de semana contra o Fluminense ou simplesmente se divertir e entreter o público contra o Sporting Cristal na última rodada da fase de grupos. Pode, ainda, alimentar o ego e pisar no gramado do Maracanã em busca do primeiro lugar geral. A disputa é com o Palmeiras. A melhor campanha geral assegura o direito de mandar a volta em casa até as semifinais.

O desafio mais importante do Flamengo é empilhar uma série de vitórias sob o comando de Paulo Sousa. A maior série na gestão do lusitano são quatro triunfos no Campeonato Carioca. Um contra o Vasco, outro diante do Bangu e mais dois novamente diante do Vasco nas semifinais do Estadual. O time vem de vitórias contra Universidad Católica e Goiás. Criar uma rotina de vitórias é necessário para brigar pelo título no Brasileirão e essencial para a manutenção da paz tanto na agitada Gávea como no tenso Ninho do Urubu.

Siga no Twitter: @marcospaulolima

Siga no Instagram: @marcospaulolimadf

Marcos Paulo Lima

Posts recentes

  • Esporte

Tocantinópolis 0 x 2 Atlético: sintonia entre Hulk e Cuca faz bem ao Galo

Há uma conexão sendo restaurada no Atlético. Em 2021, Hulk era uma novidade para o…

11 horas atrás
  • Esporte

Neymar, Gabigol e companhia viralizam protesto contra gramado sintético

Dois dias depois de Oscar e Lucas Moura pedirem para serem poupados contra o Palmeiras…

23 horas atrás
  • Esporte

Brasil é campeão do Sul-Americano Sub-20 após campanha marcada por 7 x 1

A Seleção Brasileira estreou no Campeonato Sul-Americano Sub-20 sendo humilhada pela Argentina por 6 x…

2 dias atrás
  • Esporte

Neymar salva o domingo do Paulistão depois de um Choque-Rei deprimente

“Devagar com o andor que o santo é de barro”. O ditado popular tem tudo…

3 dias atrás
  • Esporte

Capital terá patrocínio da Prefeitura de Pirenópolis na Copa do Brasil

O Capital terá um patrocinador master pontual de fora do Distrito Federal na estreia do…

3 dias atrás
  • Esporte

Flamengo 2 x 0 Vasco: o espetáculo do crescimento do futebol de Wesley

Wesley virou um lateral construtor. Sorte do Flamengo. Mérito de Filipe Luís e dos dois…

3 dias atrás